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São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2003

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TRABALHO

Aumento no número de autônomos sustenta queda

Desemprego recua para 20,3%, mas tem o pior junho desde 1985

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa total de desemprego na região metropolitana de São Paulo recuou de 20,6% em maio para 20,3% da PEA (População Economicamente Ativa) em junho, segunda pesquisa Seade/ Dieese. O resultado, no entanto, está acompanhado de péssimos indicadores: é o pior nível de emprego para o mês de junho desde que as duas instituições iniciaram esse levantamento, em 1985.
Não bastasse, a variação positiva entre maio e junho foi sustentada pelo aumento do número de trabalhadores autônomos.
De acordo com a pesquisa, de maio a junho foram criadas 96 mil ocupações. No mesmo período, o número de pessoas que ingressaram no mercado de trabalho se limitou a 84 mil. Assim, o contingente de desempregados caiu em 12 mil pessoas (o que garantiu a variação de 0,3%).
Em números absolutos havia em junho 1,947 milhão de desempregados na região metropolitana de São Paulo em uma PEA de 9,592 milhões de pessoas.
Das 96 mil novas ocupações, 82 mil (85%) foram representadas por trabalho autônomo. No mês de maio, do saldo final de 66 mil postos criados, mais de 90% eram autônomos. O problema é que, historicamente, autônomos respondem por 30% das novas ocupações -a maior parte, em tese, acaba vinculada de maneira formal (carteira assinada).
""É reflexo claro da queda do nível de trabalho formal. Ao menos essa ocupação autônoma contribuiu para que não fosse agravado o quadro geral de desemprego", disse Paula Montagner, gerente de análise da Fundação Seade.
Sérgio Mendonça, diretor técnico do Dieese, pondera que as novas ocupações podem ser transitórias. ""Para que essas pessoas se mantenham ocupadas ou passem a uma situação melhor, de trabalho com carteira assinada, é preciso uma melhora na economia."
Em junho, foram geradas na indústria 42 mil novas ocupações, das quais poucos mais da metade são de trabalhadores com carteira assinada. No comércio, o número de novas ocupações foi de 30 mil, e, nos serviços, mais 20 mil. Outros setores responderam pelas demais 4.000 ocupações. Comparado com junho de 2002, a variação na taxa de ocupação teve variação positiva de apenas 0,1% -o da indústria recuou 1,4%.

Governo Lula e renda
Nos seis meses de governo Lula, a região metropolitana de São Paulo passou a abrigar mais 188 mil desempregados, apontam os números do Seade/Dieese.
Em dezembro, havia 1,759 milhão de desempregados na região (o que equivale a uma taxa de desemprego de 18,5%). Em junho, com uma PEA de 9,592 milhões, havia 1,947 milhão desempregados (ou seja 20,3% da PEA).
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve acréscimo ínfimo de 0,7% entre abril e maio. Entre os assalariados, o salário médio passou para R$ 959. Comparado a maio de 2002, o rendimento foi 9,9% menor.


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