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TRABALHO
Aumento no número de autônomos sustenta queda
Desemprego recua para 20,3%, mas tem o pior junho desde 1985
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa total de desemprego na
região metropolitana de São Paulo recuou de 20,6% em maio para
20,3% da PEA (População Economicamente Ativa) em junho, segunda pesquisa Seade/ Dieese. O
resultado, no entanto, está acompanhado de péssimos indicadores: é o pior nível de emprego para
o mês de junho desde que as duas
instituições iniciaram esse levantamento, em 1985.
Não bastasse, a variação positiva entre maio e junho foi sustentada pelo aumento do número de
trabalhadores autônomos.
De acordo com a pesquisa, de
maio a junho foram criadas 96 mil
ocupações. No mesmo período, o
número de pessoas que ingressaram no mercado de trabalho se limitou a 84 mil. Assim, o contingente de desempregados caiu em
12 mil pessoas (o que garantiu a
variação de 0,3%).
Em números absolutos havia
em junho 1,947 milhão de desempregados na região metropolitana
de São Paulo em uma PEA de
9,592 milhões de pessoas.
Das 96 mil novas ocupações, 82
mil (85%) foram representadas
por trabalho autônomo. No mês
de maio, do saldo final de 66 mil
postos criados, mais de 90% eram
autônomos. O problema é que,
historicamente, autônomos respondem por 30% das novas ocupações -a maior parte, em tese,
acaba vinculada de maneira formal (carteira assinada).
""É reflexo claro da queda do nível de trabalho formal. Ao menos
essa ocupação autônoma contribuiu para que não fosse agravado
o quadro geral de desemprego",
disse Paula Montagner, gerente
de análise da Fundação Seade.
Sérgio Mendonça, diretor técnico do Dieese, pondera que as novas ocupações podem ser transitórias. ""Para que essas pessoas se
mantenham ocupadas ou passem
a uma situação melhor, de trabalho com carteira assinada, é preciso uma melhora na economia."
Em junho, foram geradas na indústria 42 mil novas ocupações,
das quais poucos mais da metade
são de trabalhadores com carteira
assinada. No comércio, o número
de novas ocupações foi de 30 mil,
e, nos serviços, mais 20 mil. Outros setores responderam pelas
demais 4.000 ocupações. Comparado com junho de 2002, a variação na taxa de ocupação teve variação positiva de apenas 0,1%
-o da indústria recuou 1,4%.
Governo Lula e renda
Nos seis meses de governo Lula,
a região metropolitana de São
Paulo passou a abrigar mais 188
mil desempregados, apontam os
números do Seade/Dieese.
Em dezembro, havia 1,759 milhão de desempregados na região
(o que equivale a uma taxa de desemprego de 18,5%). Em junho,
com uma PEA de 9,592 milhões,
havia 1,947 milhão desempregados (ou seja 20,3% da PEA).
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve acréscimo ínfimo de 0,7% entre abril e
maio. Entre os assalariados, o salário médio passou para R$ 959.
Comparado a maio de 2002, o
rendimento foi 9,9% menor.
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