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Parcelar custos pode comprometer receita
DA REPORTAGEM LOCAL
O modelo de PPP (Parceria Público-Privada) em estudo pelo governo pode comprometer receitas
futuras de administrações ao permitir o parcelamento de custos de
obras executadas em parceria
com a iniciativa privada, na avaliação de especialistas consultados pela Folha.
"Se a dívida será diluída no tempo, pode-se amarrar o orçamento
de um Estado ou de uma prefeitura que fizer essa parceria. Isso parece uma forma moderna dos empréstimos que eram feitos, via
bancos, com a ARO [Antecipação
de Receita Orçamentária]", afirma o advogado Luis Carlos Moro.
Como as administrações públicas usaram e abusaram dessa forma de empréstimo, explica, a Lei
de Responsabilidade Fiscal determinou que é proibido contratar
obras, compras e serviços sem
que haja receita nos últimos oito
meses de administração.
Para o advogado Zanon de Paula Barros, o governo pode adotar
parcerias com a iniciativa privada
desde que respeitadas as regras de
licitação de serviços públicos. "O
maior desafio para atrair os investidores é dar garantias de que as
regras do jogo permanecerão as
mesmas", diz Barros, ao se referir
a mudanças em estudo no setor
de telefonia e energia.(CR)
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