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Para analista, juro não sobe em 2004
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento da taxa de juros básica da economia, a Selic, neste
ano, como chegou a ser cogitado
pelo Banco Central, está sendo
descartado por instituições como
o banco JP Morgan, o Bradesco e
a consultoria Global Invest.
Em boletim divulgado ontem
aos clientes, o banco americano
diz que os indicadores macroeconômicos que serão divulgados
nesta semana reforçarão a visão
positiva do banco sobre os fundamentos da economia brasileira.
"O grau atual de aperto da política monetária está adequado, a
taxa de juro não deverá subir até o
final do ano", diz Fábio Akira,
economista-chefe do JP Morgan.
Segundo as projeções do banco,
os dados das contas externas, que
saem amanhã, vão mostrar um
aumento do superávit da conta
corrente, em 12 meses. Em julho o
resultado foi equivalente a 1,5%
do PIB (Produto Interno Bruto) e
deverá aumentar para 1,6%. "Isso
reforça os fundamentos", diz ele.
Outro indicador a ser divulgado
nesta semana é o superávit primário, que sairá na sexta-feira. O JP
Morgan projeta um superávit entre 4,5% e 4,6% do PIB, acima da
meta de 4,25% do governo.
Também sairão os dados sobre
a dívida pública. Segundo o banco, a relação dívida/PIB deverá ficar em 55,4%, abaixo dos 56% verificados em junho. Em dezembro, a dívida pública representava
58,8% do PIB.
"Esse é o principal indicador da
vulnerabilidade externa do país",
observa Akira. A melhora do quadro, segundo ele, deve-se ao câmbio mais forte e ao crescimento
econômico.
Ontem, o IBGE divulgou o
IPCA-15 referente ao mês de
agosto, que registrou alta de preços de 0,79%, ante 0,93% em julho. Segundo Akira, esse resultado mostra que a economia está
crescendo sem gerar inflação de
demanda.
Para o Bradesco e a Global Invest, o resultado do IPCA-15 de
agosto não altera o cenário de inflação no curto prazo, que é de
queda. E reforça a expectativa de
ambos com a manutenção da taxa
de juros até o final do ano.
Segundo os economistas do
Bradesco, os riscos de mudança
nesse cenário estão no comportamento dos preços do petróleo e
num possível descompasso entre
a demanda e a oferta de produtos
na economia.
O JP Morgan, entretanto, projeta uma queda nos preços médios
do petróleo para os próximos meses. Os valores médios para o terceiro trimestre do ano ficariam
em US$ 42,5 o barril, caindo para
US$ 41 no quarto trimestre deste
ano e no primeiro trimestre de
2005. Ontem o petróleo fechou
cotado em US$ 45,21 em Nova
York.
"Não vemos pressão inflacionária por aí; também não vemos risco de alta significativa dos juros
americanos que poderiam conturbar o cenário interno", afirma
Akira.
(SANDRA BALBI)
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