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MEMÓRIA
Lobby atuou antes mesmo da posse de Lula
DA REDAÇÃO
A companhia Monsanto,
principal interessada na liberação do plantio de sementes
transgênicas no Brasil, foi uma
das primeiras corporações estrangeiras a exercer seu lobby
sobre a equipe do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Em novembro passado, depois da vitória eleitoral de Lula
e antes mesmo de sua posse, a
Monsanto, sediada nos EUA,
conversou no Brasil, em sigilo,
com José Graziano, coordenador do Fome Zero.
Nesses encontros, revelados
pela Folha à época, a companhia utilizou o debate sobre a
fome para reintroduzir a polêmica sobre o uso de transgênicos no país, suspenso pela Justiça. A companhia argumentou
que as sementes transgênicas
aumentariam a produtividade
e ajudariam a erradicar a fome.
Com faturamento anual de
US$ 5 bilhões, a Monsanto convidou ainda um grupo de técnicos "petistas" da Embrapa para
visitar sua sede nos EUA.
Naquela ocasião, Graziano
confirmou as conversas com a
empresa, mas disse à Folha que
a posição do governo e do programa Fome Zero era favorável
à restrição dos transgênicos até
que houvesse estudos mais
conclusivos sobre os riscos ambientais e à saúde.
Graziano teria dito à Monsanto, segundo seu próprio relato à Folha, que o PT era contrário à liberação do plantio, mas que essa posição não seria "dogmática".
A ofensiva política e de relações públicas da Monsanto visa, inicialmente, a comercialização da soja transgênica Roundup Ready, geneticamente modificada para resistir a um
herbicida (o Roundup, da própria Monsanto).
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