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São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2003

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MEMÓRIA

Lobby atuou antes mesmo da posse de Lula

DA REDAÇÃO

A companhia Monsanto, principal interessada na liberação do plantio de sementes transgênicas no Brasil, foi uma das primeiras corporações estrangeiras a exercer seu lobby sobre a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em novembro passado, depois da vitória eleitoral de Lula e antes mesmo de sua posse, a Monsanto, sediada nos EUA, conversou no Brasil, em sigilo, com José Graziano, coordenador do Fome Zero.
Nesses encontros, revelados pela Folha à época, a companhia utilizou o debate sobre a fome para reintroduzir a polêmica sobre o uso de transgênicos no país, suspenso pela Justiça. A companhia argumentou que as sementes transgênicas aumentariam a produtividade e ajudariam a erradicar a fome.
Com faturamento anual de US$ 5 bilhões, a Monsanto convidou ainda um grupo de técnicos "petistas" da Embrapa para visitar sua sede nos EUA.
Naquela ocasião, Graziano confirmou as conversas com a empresa, mas disse à Folha que a posição do governo e do programa Fome Zero era favorável à restrição dos transgênicos até que houvesse estudos mais conclusivos sobre os riscos ambientais e à saúde.
Graziano teria dito à Monsanto, segundo seu próprio relato à Folha, que o PT era contrário à liberação do plantio, mas que essa posição não seria "dogmática".
A ofensiva política e de relações públicas da Monsanto visa, inicialmente, a comercialização da soja transgênica Roundup Ready, geneticamente modificada para resistir a um herbicida (o Roundup, da própria Monsanto).


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