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CEF quer segurar recursos do FGTS
LUCIANO MARTINS COSTA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Antes da criação das contas-investimento, os investidores eram
clientes de uma instituição financeira. Agora, tornaram-se clientes
do sistema financeiro. Esse raciocínio orienta a nova estratégia da
Caixa Econômica Federal para
aumentar sua competitividade.
Renato Borba, gerente nacional
de captação da CEF, confirma que
estão em gestação novos produtos destinados a reter investidores
e alongar suas aplicações, mas
não antecipa detalhes. Sabe-se,
porém, que uma dessas alternativas será anunciada em janeiro e
terá isenção total de Imposto de
Renda sobre a rentabilidade.
A Caixa também prepara uma
estratégia para se beneficiar do fato de ser a gestora dos recursos do
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço) e dos prêmios
das loterias federais. O FGTS colocou no mercado, em 2003, um
total líquido de R$ 25 bilhões, enquanto as loterias repassaram a
apostadores R$ 1,015 bilhão de janeiro a setembro deste ano.
No caso das loterias federais, o
que tem acontecido é a pulverização dos prêmios menores, de até
R$ 1 milhão, com os ganhadores
transferindo o valor para suas
contas de primeiro relacionamento.
Para os prêmios maiores, a Caixa prepara uma cesta de aplicações e pode usar a mobilidade
criada pela conta-investimento
para convencer os novos milionários a manter ali mesmo seus valores até que estejam mais familiarizados com as possibilidades
do mercado financeiro.
Megapoupanças
A tradicional caderneta de poupança, carro-chefe da Caixa Econômica Federal, também entra na
nova estratégia da instituição.
Segundo Renato Borba, com a
isenção total do Imposto de Renda sobre a rentabilidade e a devolução da CPMF incidente no saque, após 90 dias de aplicação, a
poupança pode vir a se tornar
mais competitiva com a nova tributação e a possível estabilidade
da taxa de juros.
Detentora de 31% dos quase R$
153 bilhões guardados em 25 milhões de contas-poupança, a CEF
também cuida para evitar a migração em massa de poupadores
para outras aplicações. Alguns
clientes tradicionais, que mantêm
valores de R$ 10 milhões ou mais
em contas-poupança, são alvos
potenciais de prospecção no mercado, por causa do esperado aumento de flexibilidade e transparência com as novas regras.
Mas, segundo Borba, eles deverão permanecer na poupança, até
mesmo por hábitos conservadores. "Tem coisa que nunca muda,
mas vamos nos prevenir", acrescenta. A Caixa Econômica Federal
tem 2.099 agências e 31 milhões de
clientes em todo o Brasil.
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