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CDB pode levar a armadilha tributária
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao comprar um CDB (Certificado de Depósito Bancário) de olho
em uma alíquota menor de Imposto de Renda, o investidor pode
cair em uma armadilha.
Para ter o benefício da alíquota
de IR mais baixa, de 15%, é preciso manter o CDB, que é um título
de renda fixa emitido por bancos
e que rende juros, durante dois
anos pelo menos. Os prazos mais
comuns de resgate ainda são de
apenas 30, 60 e 90 dias.
Se o investidor optar por um papel de dois anos, depois desse período, paga 15% de alíquota, mas
tem de zerar o taxímetro. "Esse
estímulo de alíquotas mais baixas
é uma armadilha", diz Marcelo
Guterman, professor do Ibmec.
"Com prazos mais longos, o cliente continua pagando 15% depois
de dois anos, mas, se precisar do
dinheiro, terá de resgatar por um
valor que é uma incógnita."
Só há certeza do valor do resgate
quando vence o papel. Antes, depende das taxas de mercado.
"Sem contar que, quanto mais
longo o prazo do CDB, mais arriscado ele é", lembra Guterman.
O CDB passou a ter com as novas regras o benefício que fundos
de investimento já tinham: o de
não pagar CPMF (o imposto do
cheque) na renovação dos títulos.
A vantagem sobre os fundos de
investimento de não ter o "come-cotas" (desconto do IR das cotas
do investidor), que o CDB e o Tesouro Direto (compra de títulos
públicos pela internet) tinham,
permanece com as novas regras
de tributação, mas menor.
A cobrança nos fundos de investimentos (com menos de 67%
de ações), que era mensal, passou
a ser semestral. Com tantas opções, o investidor deve pesar prós
e contras de cada uma dessas modalidades de investimento.
No caso do CDB, conforme as
condições negociadas, a venda do
título antes do vencimento pode
ser um problema. "Quando a liquidez não é acertada com o banco, é muito difícil sair da operação
antes do prazo em que ele vence",
diz a consultora Marcia Dessen.
"Se o valor investido for muito
baixo, é possível que seja melhor
manter o dinheiro em um fundo",
afirma Ricardo Leal, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Quanto maior o valor aplicado,
melhor pode ser a remuneração.
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