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Mesmo com intervenções do BC, dólar fecha semana com valorização de 9,76%
DA REPORTAGEM LOCAL
A intensificação das intervenções do Banco Central no
mercado de câmbio não foi suficiente para deter a escalada
do dólar. Na semana, a moeda
norte-americana registrou
apreciação expressiva de 9,76%
diante do real. Somente ontem,
a alta ficou em 0,95%, com o
dólar vendido a R$ 2,327 no fim
das operações.
Logo na abertura, o dólar saltou 4,12%, sendo negociado a
R$ 2,40 na máxima. Com isso, o
BC não tardou para agir, o que
permitiu que a moeda chegasse
a ser negociada a R$ 2,279 na
mínima (baixa de 1,13%).
Como o cenário é dominado
por dúvidas e incertezas, o
mercado voltou a ser pressionado no fim do dia -ninguém
sabe se haverá novidades negativas no fim de semana.
Ontem, o BC atuou no mercado à vista, por meio da venda
de dólares, além de realizar leilão para vender títulos de
"swap" (troca) cambial. Na prática, o BC se compromete a pagar aos investidores que compram esse título a variação do
câmbio em determinado período. Em troca, o investidor se
compromete a pagar uma taxa
de juros ao BC. Foram vendidos ontem aproximadamente
US$ 2,5 bilhões nesses papéis.
Anteontem, o BC anunciou
que poderá chegar a vender até
US$ 50 bilhões desses títulos, o
que representa quase 25% das
reservas cambiais do país -que
estavam em US$ 205 bilhões na
última quarta-feira.
A abrupta depreciação do
real não tem ocorrido de forma
isolada. O dólar tem ganhado
terreno também diante de outras moedas. Ontem, a moeda
americana subiu 1,9% diante do
euro, 1,58% em relação à libra e
1,17% diante do rublo russo.
"Vivemos uma histeria com o
dólar se valorizando no mundo
inteiro", afirmou à Reuters
Marcos Forgione, analista da
Hencorp Commcor Corretora.
Para o analista, o anúncio do
BC de que pode leiloar até US$
50 bilhões em "swap" "foi perfeito". "O [Henrique] Meirelles
[presidente do BC] deu um tiro
de canhão para mostrar que está presente", disse Forgione.
Mas, apesar do arsenal de intervenções conduzido pelo
Banco Central, o dólar registra
considerável valorização de
22,2% no mês. No ano, a alta alcança 30,95%. Em relação ao
começo de agosto, quando a
moeda chegou a ficar abaixo de
R$ 1,56, a apreciação acumulada é de quase 50%.
(FABRICIO VIEIRA)
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