São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2008

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Apesar do corte da Opep, petróleo segue em queda

Commodities enfrentam semana de desvalorização

DA BLOOMBERG

Nem o corte de 1,5 milhão barris na oferta diária da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), anunciado ontem, conseguiu frear a queda do petróleo. O barril caiu 5,4%, ante o dia anterior, e fechou a US$ 64,15 em Nova York. Ouro, cobre e chumbo seguem a baixa nas commodities.
Foram quatro semanas de queda para o petróleo, cujo barril está 55,8% mais barato que os US$ 145,29, do pico histórico de julho. Já o ouro, o cobre e o chumbo tiveram as piores semanas dos últimos 20 anos. O Índice S&P GSCI, que inclui 24 matérias-primas, despencou 11% desde o último dia 17, com retração de 28% no terceiro trimestre -o pior desempenho do indicador.
Ao contrário do que esperava a Opep, o corte na produção não segurou os preços do petróleo. O cartel de 13 países, que concentra 40% da produção mundial, reduziu ontem em 1,5 milhão de barris/dia sua cota diária de 28,8 milhões.
"O movimento [negativo] de vendas atinge todas as categorias de ativos", disse Robin Bhar, analista de commodities da Calyon de Londres. "Um mês atrás estávamos na beira de um despenhadeiro, e agora estamos em queda livre", disse.
O ouro registrou ontem a maior queda semanal em 25 anos, em Londres, uma vez que a alta do dólar reduziu a demanda dos investidores pelo metal precioso. A onça troy fechou a US$ 712,5, baixa de 1,9%.
Pressionado pelo mau desempenho da indústria automobilística, o chumbo foi o produto de pior performance na Bolsa de Metais de Londres. A tonelada para entrega em três meses caiu, num dia, 9,8%, para US$ 1.161, acumulando queda semanal de 19%.
"Os fatores mais importantes para os metais industriais são a atividade de construção civil e a produção automobilística e esses dois setores foram prejudicados", explica Eugen Weinberg, analista do Commerzbank AG, em Frankfurt. Um automóvel encerra cerca de 130 quilos de alumínio, segundo o Commerzbank.
O alumínio despencou 3,1% ante a cotação anterior. O cobre caiu todos os dias desta semana, quando acumulou perda de 22%. Só ontem, a baixa foi de 7%, com a tonelada cotada a US$ 3.986. Já o Índice Bloomberg World Mining, que reúne metais, sofreu retração de 8,4%, déficit de 18% na semana.
As commodities agrícolas também seguem em baixa. Em Chicago, o milho caiu 4,48% e fechou a US$ 3,73 por bushel (25,4 kg). A soja desvalorizou 2,35% e foi cotada a US$ 8,64 o bushel (27,2 kg). É a quarta semana de queda consecutiva.
"Há uma desalavancagem de grandes proporções em curso, sem a noção do que é de valor fundamental", explica Mark O'Byrne, da corretora irlandesa Gold and Silver.


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