|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Apesar do corte da Opep, petróleo segue em queda
Commodities enfrentam semana de desvalorização
DA BLOOMBERG
Nem o corte de 1,5 milhão
barris na oferta diária da Opep
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo), anunciado ontem, conseguiu frear a
queda do petróleo. O barril caiu
5,4%, ante o dia anterior, e fechou a US$ 64,15 em Nova
York. Ouro, cobre e chumbo seguem a baixa nas commodities.
Foram quatro semanas de
queda para o petróleo, cujo barril está 55,8% mais barato que
os US$ 145,29, do pico histórico
de julho. Já o ouro, o cobre e o
chumbo tiveram as piores semanas dos últimos 20 anos. O
Índice S&P GSCI, que inclui 24
matérias-primas, despencou
11% desde o último dia 17, com
retração de 28% no terceiro trimestre -o pior desempenho do
indicador.
Ao contrário do que esperava
a Opep, o corte na produção
não segurou os preços do petróleo. O cartel de 13 países, que
concentra 40% da produção
mundial, reduziu ontem em 1,5
milhão de barris/dia sua cota
diária de 28,8 milhões.
"O movimento [negativo] de
vendas atinge todas as categorias de ativos", disse Robin
Bhar, analista de commodities
da Calyon de Londres. "Um
mês atrás estávamos na beira
de um despenhadeiro, e agora
estamos em queda livre", disse.
O ouro registrou ontem a
maior queda semanal em 25
anos, em Londres, uma vez que
a alta do dólar reduziu a demanda dos investidores pelo
metal precioso. A onça troy fechou a US$ 712,5, baixa de 1,9%.
Pressionado pelo mau desempenho da indústria automobilística, o chumbo foi o
produto de pior performance
na Bolsa de Metais de Londres.
A tonelada para entrega em
três meses caiu, num dia, 9,8%,
para US$ 1.161, acumulando
queda semanal de 19%.
"Os fatores mais importantes
para os metais industriais são a
atividade de construção civil e a
produção automobilística e esses dois setores foram prejudicados", explica Eugen Weinberg, analista do Commerzbank AG, em Frankfurt. Um
automóvel encerra cerca de 130
quilos de alumínio, segundo o
Commerzbank.
O alumínio despencou 3,1%
ante a cotação anterior. O cobre
caiu todos os dias desta semana, quando acumulou perda de
22%. Só ontem, a baixa foi de
7%, com a tonelada cotada a
US$ 3.986. Já o Índice Bloomberg World Mining, que reúne
metais, sofreu retração de
8,4%, déficit de 18% na semana.
As commodities agrícolas
também seguem em baixa. Em
Chicago, o milho caiu 4,48% e
fechou a US$ 3,73 por bushel
(25,4 kg). A soja desvalorizou
2,35% e foi cotada a US$ 8,64 o
bushel (27,2 kg). É a quarta semana de queda consecutiva.
"Há uma desalavancagem de
grandes proporções em curso,
sem a noção do que é de valor
fundamental", explica Mark
O'Byrne, da corretora irlandesa
Gold and Silver.
Texto Anterior: Bolsa de NY cai 3,6% em dia de fortes oscilações Próximo Texto: Europa e Ásia querem ação coordenada e novo papel para o FMI na ajuda a países Índice
|