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Europa e Ásia querem ação coordenada e novo papel para o FMI na ajuda a países
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
Líderes europeus e asiáticos
pediram ontem uma resposta
coordenada global à crise dos
mercados financeiros e um papel crítico ao FMI para ajudar
os países mais afetados.
Reunidos na bienal Cúpula
Ásia-Europa, em Pequim, líderes de 43 países querem que sejam refeitas regras para supervisionar a economia global
além de papel de liderança para
instituições financeiras internacionais.
O presidente chinês, Hu Jintao, disse que a crise financeira
global aumentou "as incertezas
e os fatores para instabilidade
no desenvolvimento econômico da China".
Para quem tem pedido um
papel mais atuante da China no
resgate dos mercados, Hu se
desviou da pressão. "O crescimento forte da China já é uma
grande contribuição à estabilidade financeira e ao desenvolvimento globais", discursou.
"A primeira coisa e o melhor
que a China pode fazer é cuidar
bem de seus próprios negócios", afirmou o líder chinês.
A China fez "esforços ativos
no melhor de sua habilidade
para reduzir a crise", afirmou
Hu, dizendo que o governo expandirá vigorosamente a demanda doméstica.
A cúpula pretende criar consenso entre europeus e asiáticos em como responder à crise
antes do encontro das 20 maiores economias em Washington,
nos EUA.
Países como Hungria, Islândia, Paquistão e Ucrânia já pediram ajuda ao FMI para diminuir suas limitações de crédito.
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, disse que quer aproveitar a cúpula para convencer
os países asiáticos a apoiar um
plano para redesenhar "o capitalismo internacional e criar
um sistema global de regulamentação".
"É simples, nadamos juntos
ou nos afundamos juntos", disse o presidente da Comissão
Européia, o português José
Manoel Barroso.
O primeiro-ministro japonês, Taro Aso, também apoiou
maiores poderes para o FMI.
Fundo de proteção
Japão, China e Coréia do Sul
e outros dez países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) se comprometeram a criar um fundo de emergência de US$ 80 bilhões
As três maiores economias
contribuirão com 80% do fundo, a ser lançado em junho.
Os outros integrantes da
Asean são Vietnã, Tailândia, Filipinas, Indonésia, Cingapura,
Mianmar, Camboja, Laos e
Brunei.
O acordo permitiria que países tenham empréstimos quando sofram falta de crédito. A
presidente filipina, Gloria Arroyo, disse que a China deveria
ter papel preponderante na
"proteção" dos países do Sudeste Asiático.
"A situação econômica do
mundo é complicada", disse o
presidente chinês. "Os mercados emergentes e os países desenvolvidos são confrontados
com riscos financeiros, demanda externa em queda e inflação
que cresce", afirmou o líder Hu
Jintao.
O PIB chinês, o único de uma
grande economia do mundo
que vai crescer mais de 9% neste ano, deve ter aumento de
menos de 8% em 2009. Será o
pior índice em oito anos.
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