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COMUNICAÇÃO
Presidente do banco diz que eventual ajuda a empresas do setor teria como objetivo "destravá-lo" para o crescimento
Setor de mídia foi à UTI do BNDES, diz Lessa
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Carlos Lessa, disse ontem que a indústria de
comunicação foi "toda para a UTI
[Unidade de Tratamento Intensivo"" do banco estatal.
A declaração foi feita durante
palestra, na Firjan (Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), na qual ele expôs os planos
do BNDES para 2004 e respondeu
às críticas que tem recebido por
supostamente estar transformando o BNDES em um "hospital" de
empresas em dificuldades.
Ao dizer que há muitos setores
da economia do país que precisam primeiro serem saneados para depois poderem aproveitar "o
espetáculo do crescimento", Lessa usou a mídia como exemplo.
Segundo ele, "as empresas de
comunicação no Brasil, em situações diferenciadas, estão, todas
elas, sem condições de aproveitar
o espetáculo do crescimento".
Para Lessa, são três as dificuldades do setor: dívidas em dólar,
queda da receita publicitária devido à crise econômica e "frustração" com os investimentos na
área das "tecnologias do futuro".
Lessa disse que o BNDES está
avaliando a situação da mídia,
mas que o objetivo de uma eventual ajuda não será o crescimento
induzido do setor, mas sim seu
"destravamento", para que possa
voltar a expandir de forma sustentável.
Em outubro, dirigentes das três
principais entidades empresariais
da área de comunicação do país
-Abert (Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão),
ANJ (Associação Nacional de Jornais) e Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas)-
apresentaram ao BNDES estudos
nos quais analisam a situação geral do setor e sugerem que ele tenha acesso a programas de apoio
do banco oficial, como o de
"equacionamento financeiro das
empresas" e os financiamentos
normais para investimentos.
Lessa disse que, como esses estudo são públicos, poderia comentá-los sem violar o segredo da
operação. "Posso falar com muita
tranquilidade, porque não é segredo bancário, porque suas lideranças [as da mídia" me procuraram, fizeram uma exposição pública", disse ele.
O presidente do BNDES afirmou ter usado o termo "hospital"
em relação ao papel do banco justamente em alusão a ajustes como
o que se estuda fazer com a mídia.
E sugeriu que tem sido criticado
justamente pela mídia pelo uso
desse termo.
"É curioso que a indústria de comunicação veio toda para a UTI
do BNDES, em bloco. Aliás, se
apresentou toda no mesmo momento, e juntinha. Com a liderança da imprensa escrita, da imprensa televisiva, das revistas e
também das rádios. Tudo, em
bloco."
Lessa mencionou a importância
da indústria de comunicação e
acrescentou que, em 2004, o
BNDES terá que fazer um programa para "importante segmentos
industriais", entre eles o de comunicação.
"Se chamamos isso um ato de
hospitalização ou não, é um problema de figura de linguagem.
Como eu já apanhei muito por ter
usado a palavra hospital, não uso
mais. Na verdade, usei achando
que era uma instituição necessária, não simpática, porém necessária. Aliás, o interessante é que a
indústria de comunicação, toda,
veio pedir hospitalização", afirmou ele.
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