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Brasil cancela licenças de importação já concedidas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro suspendeu
ontem por tempo indeterminado
a importação de carne bovina dos
Estados Unidos. A restrição inclui
todos os produtos e subprodutos
derivados desses animais.
Nota divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura informou
ainda que as licenças já concedidas de importação de carne dos
EUA estão canceladas.
Toda a carne que chegar dos
EUA ao Brasil, via portos ou aeroportos, será devolvida ao país de
origem ou queimada.
A medida não terá impacto significativo no comércio bilateral:
entre janeiro e outubro, o Brasil só
comprou US$ 45 milhões de carne dos EUA.
Do ponto de vista comercial,
porém, a situação é potencialmente favorável ao Brasil, que é o
maior exportador mundial de
carne bovina, esperando vender
US$ 1,5 bilhão neste ano.
Os EUA são grandes consumidores de carne: cada americano
come, em média, quase 40 quilos
do produto por ano.
A Embaixada dos EUA em Brasília divulgou nota informando
que as autoridades daquele país
estão em contato permanente
com o Ministério da Agricultura
do Brasil para "mantê-los informados sobre novos acontecimentos".
A secretária de Agricultura dos
EUA, Ann Veneman, confirmou
anteontem a existência da doença
no país. No entanto a informação
oficial só foi passada oficialmente
ao Brasil ontem.
Rastreamento
O governo brasileiro ressaltou
que os cuidados com a importação de carne contaminada é rotina no país. Em maio passado,
quando o Canadá anunciou um
caso de vaca louca no Estado de
Alberta, o Ministério da Agricultura, por meio do seu departamento de Defesa Animal, rastreou 4.800 animais importados
dos EUA desde 1995.
Segundo o governo brasileiro,
os EUA abateram 36 milhões de
cabeças de gado em 2001 e produziram 11,9 milhões de toneladas
de carne. Exportaram o produto,
principalmente, para Japão, Coréia do Sul e México.
O mal da vaca louca, como é conhecida a encefalopatia espongiforme bovina, apareceu pela primeira vez no Reino Unido, em
1986. Dez anos depois, o governo
britânico admitiu que o consumo
de carne contaminada poderia infectar pessoas com a variante humana da doença.
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