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São Paulo, quinta-feira, 25 de dezembro de 2003

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Brasil cancela licenças de importação já concedidas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro suspendeu ontem por tempo indeterminado a importação de carne bovina dos Estados Unidos. A restrição inclui todos os produtos e subprodutos derivados desses animais.
Nota divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura informou ainda que as licenças já concedidas de importação de carne dos EUA estão canceladas.
Toda a carne que chegar dos EUA ao Brasil, via portos ou aeroportos, será devolvida ao país de origem ou queimada.
A medida não terá impacto significativo no comércio bilateral: entre janeiro e outubro, o Brasil só comprou US$ 45 milhões de carne dos EUA.
Do ponto de vista comercial, porém, a situação é potencialmente favorável ao Brasil, que é o maior exportador mundial de carne bovina, esperando vender US$ 1,5 bilhão neste ano.
Os EUA são grandes consumidores de carne: cada americano come, em média, quase 40 quilos do produto por ano.
A Embaixada dos EUA em Brasília divulgou nota informando que as autoridades daquele país estão em contato permanente com o Ministério da Agricultura do Brasil para "mantê-los informados sobre novos acontecimentos".
A secretária de Agricultura dos EUA, Ann Veneman, confirmou anteontem a existência da doença no país. No entanto a informação oficial só foi passada oficialmente ao Brasil ontem.

Rastreamento
O governo brasileiro ressaltou que os cuidados com a importação de carne contaminada é rotina no país. Em maio passado, quando o Canadá anunciou um caso de vaca louca no Estado de Alberta, o Ministério da Agricultura, por meio do seu departamento de Defesa Animal, rastreou 4.800 animais importados dos EUA desde 1995.
Segundo o governo brasileiro, os EUA abateram 36 milhões de cabeças de gado em 2001 e produziram 11,9 milhões de toneladas de carne. Exportaram o produto, principalmente, para Japão, Coréia do Sul e México.
O mal da vaca louca, como é conhecida a encefalopatia espongiforme bovina, apareceu pela primeira vez no Reino Unido, em 1986. Dez anos depois, o governo britânico admitiu que o consumo de carne contaminada poderia infectar pessoas com a variante humana da doença.


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