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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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ÁGUIA NO CHÃO

Guerra, terrorismo, mercado financeiro em baixa, emprego ruim e até frio abalaram consumidores

Confiança nos EUA é a menor desde 1993

DA REDAÇÃO

O índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos desabou 14,8 pontos em fevereiro, para 64 pontos. É o pior nível desde outubro de 1993, quando estava em 60,5 pontos, e a queda é a maior desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O levantamento, divulgado ontem, é feito pelo Conference Board, um instituto privado de pesquisa.
A pesquisa reflete, entre outros fatores, a intenção de compra das pessoas e é considerada um termômetro dos gastos futuros dos consumidores, que respondem por dois terços da economia americana. Este foi o terceiro mês consecutivo de queda. Analistas disseram que esperava-se uma queda, mas para algo em torno de 77 pontos.
"Mercados financeiro e de trabalho meio parados, alta dos preços dos combustíveis e ameaças crescentes de guerra e terrorismo abalaram os consumidores", disse Lynn Franco, diretora do Conference Board.
A intenção de compra imediata do consumidor também caiu quase na mesma proporção: de 75,3 pontos em janeiro, para 61,6 pontos em fevereiro. "As leituras dos índices de confiança deste mês desenham um quadro ruim para as condições econômicas atuais, sem aparentes melhoras no médio prazo", disse Franco.
A perspectiva para o mercado de trabalho também caiu, de acordo com o Conference Board. Consumidores que dizem achar difícil conseguir emprego cresceram para 30,1% em fevereiro, a maior taxa em nove anos. Em janeiro, esse índice ficou em 28,9%.
"Obviamente a confiança do consumidor está fraca. É difícil dizer o quanto disso é um reflexo do clima frio e o quanto se deve à proximidade da guerra, mas possivelmente ambos os fatores estão em jogo aqui", avalia Gary Thayer, do AG Edwards & Sons.
Nem todos os economistas, no entanto, consideraram os dados tão ruins. Gregory Miller, economista do banco Sun Trust, afirma que os consumidores estão reagindo à ameaça de guerra e que os fundamentos da economia americana não parecem estar se deteriorando.

Bolsas
Apesar da queda no índice de confiança do consumidor, as Bolsas americanas fecharam o dia em alta. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, se valorizou em 0,65%, enquanto a Nasdaq teve alta de 0,5%.
Pela manhã, quando foi divulgado o índice, no entanto, a Bolsa de Nova York chegou a registrar queda de 1,8%. À tarde, quando algumas empresas importantes, como a fabricante de computadores HP, divulgaram balanços positivos, os investidores voltaram.
As Bolsas européias não acompanharam a recuperação das americanas e sofreram queda. Em Londres, a queda foi de 2,17% e na Alemanha, de 3,34%.


Com agências internacionais

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