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ÁGUIA NO CHÃO
Guerra, terrorismo, mercado financeiro em baixa, emprego ruim e até frio abalaram consumidores
Confiança nos EUA é a menor desde 1993
DA REDAÇÃO
O índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos desabou 14,8 pontos em fevereiro, para 64 pontos. É o pior nível desde
outubro de 1993, quando estava
em 60,5 pontos, e a queda é a
maior desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O
levantamento, divulgado ontem,
é feito pelo Conference Board, um
instituto privado de pesquisa.
A pesquisa reflete, entre outros
fatores, a intenção de compra das
pessoas e é considerada um termômetro dos gastos futuros dos
consumidores, que respondem
por dois terços da economia americana. Este foi o terceiro mês consecutivo de queda. Analistas disseram que esperava-se uma queda, mas para algo em torno de 77
pontos.
"Mercados financeiro e de trabalho meio parados, alta dos preços dos combustíveis e ameaças
crescentes de guerra e terrorismo
abalaram os consumidores", disse Lynn Franco, diretora do Conference Board.
A intenção de compra imediata
do consumidor também caiu
quase na mesma proporção: de
75,3 pontos em janeiro, para 61,6
pontos em fevereiro. "As leituras
dos índices de confiança deste
mês desenham um quadro ruim
para as condições econômicas
atuais, sem aparentes melhoras
no médio prazo", disse Franco.
A perspectiva para o mercado
de trabalho também caiu, de
acordo com o Conference Board.
Consumidores que dizem achar
difícil conseguir emprego cresceram para 30,1% em fevereiro, a
maior taxa em nove anos. Em janeiro, esse índice ficou em 28,9%.
"Obviamente a confiança do
consumidor está fraca. É difícil dizer o quanto disso é um reflexo do
clima frio e o quanto se deve à
proximidade da guerra, mas possivelmente ambos os fatores estão
em jogo aqui", avalia Gary Thayer, do AG Edwards & Sons.
Nem todos os economistas, no
entanto, consideraram os dados
tão ruins. Gregory Miller, economista do banco Sun Trust, afirma
que os consumidores estão reagindo à ameaça de guerra e que os
fundamentos da economia americana não parecem estar se deteriorando.
Bolsas
Apesar da queda no índice de
confiança do consumidor, as Bolsas americanas fecharam o dia em
alta. O índice Dow Jones, da Bolsa
de Nova York, se valorizou em
0,65%, enquanto a Nasdaq teve
alta de 0,5%.
Pela manhã, quando foi divulgado o índice, no entanto, a Bolsa
de Nova York chegou a registrar
queda de 1,8%. À tarde, quando
algumas empresas importantes,
como a fabricante de computadores HP, divulgaram balanços positivos, os investidores voltaram.
As Bolsas européias não acompanharam a recuperação das
americanas e sofreram queda. Em
Londres, a queda foi de 2,17% e na
Alemanha, de 3,34%.
Com agências internacionais
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