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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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RESERVA DE MERCADO

Plataformas terão de ter 60% de encomendas feitas no país

Petrobras "nacionaliza" licitação

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Em linha com as promessas de campanha do PT, a Petrobras introduziu uma série de mudanças no edital de licitação das plataformas P-51 e P-52, orçadas em US$ 1 bilhão, com o objetivo de beneficiar a indústria nacional.
As principais alterações são a obrigatoriedade da construção e da montagem de boa parte das unidades no Brasil e um mínimo de 60% do total das encomendas reservado à indústria local.
Terá de ser feito no país o detalhamento do projeto de engenharia, que especifica as peças a serem compradas, o trabalho de integração do casco com a planta de processamento de óleo, além da construção do convés e da planta de processo. A Petrobras não impôs, porém, regras para a construção do principal componente das plataformas, o casco. Fica a critério da empresa que ganhar a concorrência escolher qual estaleiro fará essa parte da obra.
O percentual mínimo de 60% inclui os componentes que forem usados nas áreas cujas construção e montagem serão obrigatoriamente realizadas no Brasil.
Por causa das mudanças, a licitação foi postergada por mais dois meses. É o quarto adiamento -todos para estudar maneiras de favorecer a indústria nacional, uma das mais importantes bandeiras de campanha do PT.
Para a parte da licitação que trata da compra dos módulos de geração de energia elétrica e de compressão de gás, as encomendas nacionais serão de 75%. O percentual exclui equipamentos que não são fabricados no Brasil.
O diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, disse que, diferentemente do que dizem especialistas, as mudanças não vão tornar as obras mais caras. Disse que "a indústria nacional está madura para receber esse incentivo" e que tem condições de fabricar peças a preços competitivos.
Segundo ele, o Ministério de Minas e Energia participou dos estudos para mudar a concorrência, que está dentro "do contexto de uma política de desenvolvimento do país". A Petrobras calcula que as novas exigências permitirão a criação de ao menos 5.000 empregos no Brasil.
Neste semestre, a Petrobras irá contratar US$ 1,8 bilhão em quatro novas plataformas de produção de petróleo, incluindo a P-51 e P-52. Cerca de dez companhias disputam a licitação. Entre elas, as gigantes coreanas Hyundai, Samsung e Daewoo. Entre empresas instaladas no país, estão os estaleiros Fells-Setal e Mauá-Jurong.


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