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Déficit da Previdência atinge R$ 9,8 bilhões
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O déficit da Previdência Social
chegou a R$ 9,8 bilhões no primeiro trimestre, valor 10,3% superior ao saldo negativo dos três
primeiros meses de 2005.
A arrecadação das contribuições previdenciárias somou R$
26,7 bilhões no período, com aumento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, mas
as despesas com o pagamento de
benefícios chegaram a R$ 36,7 bilhões, com alta de 8,6%.
Para este ano, o governo estima
déficit de R$ 45,2 bilhões, que, se
confirmado, será 17,4% maior do
que o do ano passado, quando o
déficit nas contas da Previdência
foi de R$ 38,5 bilhões, em valores
atualizados. A conta já inclui o
reajuste de 5% nos benefícios dos
segurados que ganham mais de
um salário mínimo (R$ 350).
Em março foram pagos 24 milhões de benefícios. A diferença
entre a arrecadação e o pagamento desses benefícios resultou em
saldo negativo de R$ 2,6 bilhões,
com aumentos de 6,7% em relação ao déficit de fevereiro e de
7,3% em relação a março de 2005.
Segundo o secretário da Previdência Social, Helmut Schwarzer,
a arrecadação de março foi recorde, sem considerar o mês de dezembro, atípico por causa da contribuição sobre o 13º salário.
Já descontadas as transferências
feitas pelo Ministério da Previdência, a arrecadação ficou em R$
9,3 bilhões no mês passado, com
alta de 7,2% na comparação com
o mesmo período de 2005 e queda
de 1,6% em relação a fevereiro
deste ano.
Schwarzer atribuiu o aumento
da arrecadação ao trabalho de
gestão e de fiscalização do ministério e ao mercado de trabalho.
"O nível de emprego se sustentou
em fevereiro, o que ajudou a aumentar a arrecadação em relação
ao ano passado."
Os pagamentos de benefícios
somaram R$ 11,8 bilhões em março. No mês passado, o governo
concedeu 70 mil benefícios a mais
porque o mês teve cinco dias úteis
a mais do que fevereiro.
No final do ano passado, o Ministério da Previdência previu
que o déficit do INSS chegaria a
R$ 46 bilhões neste ano. As contas
foram refeitas no início do ano,
quando a previsão caiu para R$
44,26 bilhões, já considerando o
reajuste do salário mínimo de R$
300 para R$ 350 e o aumento de
3,39% para os benefícios acima do
salário mínimo.
Como o governo decidiu reajustar esses benefícios em 5%, o ministério refez novamente os cálculos e chegou ao déficit de R$ 45,2
bilhões. "O impacto do reajuste
acima da inflação para os benefícios superiores ao salário mínimo
será de R$ 954 milhões."
Segundo ele, o aumento do mínimo e os reajustes dos benefícios
acima do mínimo explicam o aumento de mais de 17% no déficit
projetado para 2006. Schwarzer
disse que a previsão de receita para este ano é de R$ 119,2 bilhões,
contra gastos de R$ 164,4 bilhões.
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