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Trabalhadores avaliam nova proposta
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Os sindicatos de trabalhadores
da Varig vão decidir até o fim desta semana se encaminham a proposta de compra da companhia
apresentada pelo consultor Jayme
Toscano, de US$ 1,9 bilhão, à Justiça. Ele se reuniu ontem com os
sindicatos, que ainda não chegaram a um consenso sobre a viabilidade do negócio, mas avaliam
que ele apresenta boas condições
para os credores.
A proposta da Varig Log, que
será oficialmente avaliada na próxima assembléia, marcada para o
dia 2, foi novamente apresentada
aos credores. Segundo pessoas
que participaram da reunião, a
reação entre a maioria dos presentes foi de descontentamento.
Em clima tenso, uma empresa de
leasing chegou a discutir com o
executivo Lap Chan, do fundo de
investimento norte-americano
Matlin Patterson.
"Não mudou nada. Os US$ 50
milhões não pagam nem o
FGTS", afirmou a presidente do
Sindicato dos Aeroviários, Selma
Balbino, em referência ao valor da
oferta destinado ao pagamento
das demissões dos funcionários.
O valor total da proposta da Varig
Log é de US$ 400 milhões e prevê
a manutenção de metade dos empregos. Ela divide a Varig em duas
companhias, uma nova, com os
ativos operacionais, e uma empresa velha, com dívidas.
Na saída do encontro, Chan evitou comentar as chances reais de
aprovação da proposta e se limitou a afirmar: "Isso não é uma loteria". Ele lamentou a ausência de
representantes da BR e da Infraero no encontro. Segundo ele, a
proposta da Varig Log é abrangente e envolve várias partes.
Um dos credores privados, que
não quis se identificar, comparou
a Varig a um paciente na UTI. Segundo ele, ninguém quer dar remédio ou desligar os aparelhos.
Para a Varig Log, no entanto, a
reunião correu como o previsto e
continua com a expectativa de
que a proposta seja aprovada pelos credores.
A especulação em torno do futuro da companhia fez os papéis
da Varig registrarem novamente
alta. As ações fecharam ontem a
R$ 1,14, com alta de 12,87%.
O consultor Jayme Toscano se
recusou a apresentar a origem dos
recursos. Segundo ele, a condição
para que a proposta seja aceita inclui a assinatura de um termo de
confidencialidade. Ele espera que
os sindicatos apresentem a proposta à Justiça para que ela seja
posteriormente analisada pelos
credores. Ele afirma ser dono da
empresa Coas Consultores Associados e ter condições de honrar a
oferta. "Tenho uma proposta, recursos com origem, com banco de
primeira linha e as minhas condições de negociação", disse.
Proposta boa
"A proposta me parece boa no
que se refere ao fundo de pensão,
aos salários, aos trabalhadores e à
Varig", afirmou a presidente do
Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Baggio. De acordo
com Baggio, não cabe ao sindicato avaliar a viabilidade de propostas, e sim à Justiça. Para ela, a gravidade da situação da empresa
pode ter levado a uma análise
apressada das propostas.
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