DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Irritado com declarações feitas anteontem pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, sobre a possível instalação de uma siderúrgica no Ceará, o deputado federal e ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE) disse que, se fosse presidente da República, o demitiria na hora. "Eu já disse a ele: você não durava nem meia hora comigo", afirmou. "O que ele fez foi uma canalhice ao quadrado."
Toda a revolta de Ciro e de Cid Gomes, seu irmão e governador do Ceará, é porque Gabrielli disse na quarta-feira que o projeto de instalação da siderúrgica Ceará Steel, no porto do Pecém, é "insustentável".
O projeto está sob um impasse desde o ano passado, porque a Petrobras reviu o valor do gás a ser fornecido para o empreendimento e estabeleceu um preço para o insumo bem maior que o combinado anteriormente, que era de US$ 2,44 por milhão de BTU. Agora, a estatal quer o dobro desse valor.
Gabrielli diz que o Ceará não possui matéria-prima, mercado e tecnologia de transformação do produto. Com isso, o prejuízo poderia chegar a US$ 320 milhões ao Estado, em 20 anos.
Cid disse que irá fazer uma carta de repúdio a ser entregue à Petrobras e ao Ministério de Minas e Energia.
Procurada, a assessoria da Petrobras não se manifestou sobre as declarações.
(KAMILA FERNANDES)


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