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Maioria das concessionárias de estradas ainda opera no vermelho
DA REPORTAGEM LOCAL
As 36 empresas que administram rodovias no país faturaram
R$ 4,4 bilhões com tarifas de pedágios no ano passado, segundo
dados da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias). O fluxo de caixa do setor,
entretanto, continua negativo. No
ano passado, elas tiveram déficit
financeiro de R$ 628 milhões.
"Essa é a diferença entre o que
entrou e o que saiu de recursos. O
resultado é normal, pois elas estão
amortizando os investimentos. Só
após o nono ou décimo ano de
operação entrarão em equilíbrio",
diz Moacyr Duarte, presidente da
ABCR.
Algumas empresas, entretanto,
já registram lucro nos seus balanços. É o caso das duas maiores do
setor. A CCR Rodovias opera
1.290 quilômetros por meio de
seis concessionárias. No primeiro
trimestre deste ano, a empresa teve lucro líquido de R$ 68 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros,
impostos, amortização e depreciação) foi de R$ 224 milhões.
Também a Ecorodovias, holding que administra a Ecovias dos
Imigrantes, em São Paulo, a Ecovia Caminho do Mar, no Paraná, e
a Ecosul, no Rio Grande do Sul,
opera no azul. Ela é a segunda
maior concessionária do país,
com 996 quilômetros de malha
rodoviária.
O balanço do primeiro trimestre da Ecorodovias mostrou um
lucro líquido de R$ 35 milhões e
um Ebitda de R$ 97,3 milhões. "O
que impactou o resultado foi o
crescimento do tráfego no eixo
exportador e a conclusão da recomposição tarifária no Paraná",
diz Marcelino Rafart de Seras,
presidente da empresa.
A Ecovia concluiu em fevereiro
a reposição do reajuste de tarifas
cancelado pelo governo paranaense em 2003 e concedido pela
Justiça no ano passado.
No Rio Grande do Sul, as empresas viveram problema semelhante ao do Paraná e passam por
um processo de reequilíbrio financeiro. Elas ficaram dois anos
sem reajustes de tarifas (1999 e
2000) e agora negociam a reposição das perdas.
"Com a não-concessão dos reajustes, houve quebra da equação
econômico-financeira do contrato e o BNDES não concedeu financiamento ao setor. Por isso as
empresas não fizeram os investimentos previstos", diz Sérgio
Coelho da Silva, presidente da Associação Gaúcha de Concessionárias de Rodovias.
(SB)
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