São Paulo, domingo, 26 de junho de 2005

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Maioria das concessionárias de estradas ainda opera no vermelho

DA REPORTAGEM LOCAL

As 36 empresas que administram rodovias no país faturaram R$ 4,4 bilhões com tarifas de pedágios no ano passado, segundo dados da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias). O fluxo de caixa do setor, entretanto, continua negativo. No ano passado, elas tiveram déficit financeiro de R$ 628 milhões.
"Essa é a diferença entre o que entrou e o que saiu de recursos. O resultado é normal, pois elas estão amortizando os investimentos. Só após o nono ou décimo ano de operação entrarão em equilíbrio", diz Moacyr Duarte, presidente da ABCR.
Algumas empresas, entretanto, já registram lucro nos seus balanços. É o caso das duas maiores do setor. A CCR Rodovias opera 1.290 quilômetros por meio de seis concessionárias. No primeiro trimestre deste ano, a empresa teve lucro líquido de R$ 68 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de R$ 224 milhões.
Também a Ecorodovias, holding que administra a Ecovias dos Imigrantes, em São Paulo, a Ecovia Caminho do Mar, no Paraná, e a Ecosul, no Rio Grande do Sul, opera no azul. Ela é a segunda maior concessionária do país, com 996 quilômetros de malha rodoviária.
O balanço do primeiro trimestre da Ecorodovias mostrou um lucro líquido de R$ 35 milhões e um Ebitda de R$ 97,3 milhões. "O que impactou o resultado foi o crescimento do tráfego no eixo exportador e a conclusão da recomposição tarifária no Paraná", diz Marcelino Rafart de Seras, presidente da empresa.
A Ecovia concluiu em fevereiro a reposição do reajuste de tarifas cancelado pelo governo paranaense em 2003 e concedido pela Justiça no ano passado.
No Rio Grande do Sul, as empresas viveram problema semelhante ao do Paraná e passam por um processo de reequilíbrio financeiro. Elas ficaram dois anos sem reajustes de tarifas (1999 e 2000) e agora negociam a reposição das perdas.
"Com a não-concessão dos reajustes, houve quebra da equação econômico-financeira do contrato e o BNDES não concedeu financiamento ao setor. Por isso as empresas não fizeram os investimentos previstos", diz Sérgio Coelho da Silva, presidente da Associação Gaúcha de Concessionárias de Rodovias. (SB)


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