DA REPORTAGEM LOCAL

Estudo sobre custo de operação de veículos em estradas privatizadas feito pela consultoria Tectran mostra que há um ganho líquido de entre 4% e 12%, dependendo da rota, para os transportadores de cargas. "Essa é a redução obtida nos custos operacionais nas rodovias após a concessão, apesar do pagamento do pedágio", diz Silvestre de Andrade Filho, sócio-diretor da consultoria.
Os ganhos decorrem da melhor qualidade das pistas após a transferência para a gestão privada, mas são desiguais, pois o modelo de concessão paulista acabou onerando mais o usuário do que o modelo federal. Nas rodovias privatizadas, de pista dupla, em São Paulo, o custo do pedágio para os transportadores aumentou 213,5% acima da inflação medida pela Fipe nos últimos 11 anos, segundo a NTC & Logística (Associação Nacional dos Transportadores de Cargas e Logística).
Já na rodovia Presidente Dutra -federal sob concessão desde 1995-, o custo do pedágio para os transportadores aumentou 38% acima da inflação no período.
O cálculo da variação do custo do pedágio em São Paulo já inclui o reajuste de 9,08% que entrará em vigor a partir de 1º de julho. Segundo estudo da NTC & Logística, o aumento deverá representar um acréscimo de 26,7% a 31,4% no custo operacional dos caminhões.

Vantagem
Embora questionem o aspecto financeiro do modelo de concessão, analistas e empresários do setor são unânimes em afirmar que a transferência das rodovias à iniciativa privada trouxe mais benefícios do que prejuízos aos usuários. "A concessão é uma excelente solução, mas a questão é o preço", diz Geraldo Vianna, presidente da NTC & Logística.
Para o conjunto da sociedade, o processo de privatização de estradas é benéfico, segundo Paulo Tarso Resende coordenador do núcleo de logística da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte. O governo precisaria investir R$ 15 bilhões para manter 20 mil quilômetros -de um total de 55 mil quilômetros da malha nacional- em um nível operacional médio.
Pesquisa sobre custo de logística, recém-concluída pela fundação, com 149 empresas revelou que 85% delas preferem pagar pedágio a rodar numa estrada pública em péssimo estado. (SB)


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