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Produtora há cem anos
em Córdoba, família
ainda resiste às mudanças
DO ENVIADO ESPECIAL A CÓRDOBA
A família Garnero, há cem
anos produtora na região de
Córdoba, é uma das que resistem às mudanças atuais
do campo. Elvis, Omar e Hugo administram os 650 hectares de terras próprias e arrendadas -meio a meio.
"Muita coisa mudou nos
últimos anos. Vizinhos venderam as propriedades, o gado praticamente não existe
na região e a chegada de
grandes empresas para investir no setor tornou a terra
escassa e cara", afirma Elvis.
Com o plantio direto e custos controlados, os novos investidores conseguem administrar as propriedades com
apenas um telefone.
A família Garnero se dedica mais à produção de soja,
grão que começou a plantar
no final da década de 70,
quando perdeu 70% da cultura de amendoim.
A atividade pecuária, se
bem que com intensidade
menor, também faz parte do
dia-a-dia da família Garnero.
Para eles, "o gado serve como um seguro para a hora do
aperto das dívidas". Hugo
acredita que a pecuária não
se recupere mais e os argentinos vão ter de trocar o famoso "bife de chorizo de carne bovina" por um "bife de
chorizo de soja", repetindo a
profecia do governador da
Província de Córdoba na
abertura da Agroactiva, feira
de máquinas agrícolas na cidade de Oncativo.
Apesar do bom momento
da agricultura argentina, é
preciso administrar bem os
custos. Após cem anos de
uso, a terra começa a receber
fertilizantes, e as ervas daninhas ficam mais resistentes.
A família Garnero, que
planta soja transgênica, antes eliminava as ervas daninhas com apenas duas aplicações de herbicidas. Agora, usa quatro. Com tantos gastos, a renda líquida não passa
de 5% a 6%, segundo Omar.
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