São Paulo, terça-feira, 26 de junho de 2007

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Produtora há cem anos em Córdoba, família ainda resiste às mudanças

DO ENVIADO ESPECIAL A CÓRDOBA

A família Garnero, há cem anos produtora na região de Córdoba, é uma das que resistem às mudanças atuais do campo. Elvis, Omar e Hugo administram os 650 hectares de terras próprias e arrendadas -meio a meio.
"Muita coisa mudou nos últimos anos. Vizinhos venderam as propriedades, o gado praticamente não existe na região e a chegada de grandes empresas para investir no setor tornou a terra escassa e cara", afirma Elvis. Com o plantio direto e custos controlados, os novos investidores conseguem administrar as propriedades com apenas um telefone.
A família Garnero se dedica mais à produção de soja, grão que começou a plantar no final da década de 70, quando perdeu 70% da cultura de amendoim.
A atividade pecuária, se bem que com intensidade menor, também faz parte do dia-a-dia da família Garnero. Para eles, "o gado serve como um seguro para a hora do aperto das dívidas". Hugo acredita que a pecuária não se recupere mais e os argentinos vão ter de trocar o famoso "bife de chorizo de carne bovina" por um "bife de chorizo de soja", repetindo a profecia do governador da Província de Córdoba na abertura da Agroactiva, feira de máquinas agrícolas na cidade de Oncativo.
Apesar do bom momento da agricultura argentina, é preciso administrar bem os custos. Após cem anos de uso, a terra começa a receber fertilizantes, e as ervas daninhas ficam mais resistentes.
A família Garnero, que planta soja transgênica, antes eliminava as ervas daninhas com apenas duas aplicações de herbicidas. Agora, usa quatro. Com tantos gastos, a renda líquida não passa de 5% a 6%, segundo Omar.


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