São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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IPCA abaixo de 4,5% só em 2011, diz Meirelles

DE LONDRES

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mostrou ontem a investidores em Londres que a inflação deve ficar abaixo da meta novamente apenas a partir de 2011, de acordo com as expectativas do mercado brasileiro.
"A expectativa de inflação está de volta ao centro da meta", disse Meirelles, reforçando que "o Banco Central está comprometido a manter a inflação na meta pelos próximos anos".
Em uma apresentação de cerca de 40 minutos, Meirelles baseou-se nas pesquisas que o Banco Central faz regularmente no mercado, que mostram uma previsão de inflação acima de 6% neste ano e de 4,78% no ano que vem. Em 2010, a taxa ficaria em 4,5%, exatamente na meta, e só voltaria a ficar abaixo em 2011, com 4,3%.
Aos investidores, que ocupavam metade dos cerca de 300 lugares do auditório de um hotel na capital britânica, Meirelles tentou demonstrar que a economia brasileira mantém-se sólida e capaz de crescer de forma sustentável.
"Para fortalecer suas contas, o Brasil não cresce tanto quanto poderia", disse o presidente do BC, em inglês.
Abordado na saída do evento, disse que não falaria com a imprensa, em razão da divulgação do relatório ontem em Brasília: "Nesses dias, só uma pessoa fala", justificou-se Meirelles, que passou três dias em Londres sem conceder entrevistas. Ontem, o presidente do BC viajou para a Suíça e, anteontem, encontrou-se com o presidente do Banco Central britânico, Mervyn King. A reunião, porém, não chegou a ser divulgada para a imprensa.

Reservas
Na apresentação, Meirelles afirmou que as reservas do país estão muito próximas de chegar aos US$ 200 bilhões, muito acima dos US$ 16 bilhões de meados de 2003, primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No mês passado, estavam em US$ 197,9 bilhões. Para mostrar que o país ocupa uma posição confortável também no que diz respeito à energia -uma das maiores preocupações dos investidores atualmente-, Meirelles afirmou que praticamente a metade da energia utilizada no Brasil (45,8%) é renovável, contra apenas 12,7% da média global e 6,2% dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
(PEDRO DIAS LEITE)


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