|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Revisão final aponta queda de 5,5% no PIB dos EUA no 1º tri
Queda em investimentos e recuo na construção de imóveis pesam nos dados da economia americana
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Empurrado para baixo por
uma forte queda nos investimentos produtivos e na construção de novos imóveis comerciais e habitacionais, o PIB
dos EUA encolheu 5,5% no primeiro trimestre.
Os dados se referem à revisão
final do indicador. A queda foi
menor que a estimada há quase
um mês, de 5,7%. Mas os componentes do PIB mostraram-se, no conjunto, um pouco piores do que o previsto antes.
Os investimentos do setor
privado, essenciais para o crescimento de longo prazo, caíram
37,3% no período, bem mais do
que a queda de 21,7% no último
trimestre de 2008.
Já os investimentos em imóveis residenciais recuaram
38,8% -de outubro a dezembro houve queda de 22,8%.
No último trimestre de 2008,
a queda do PIB havia sido
maior do que os 5,5% de agora,
de 6,3%. O que explica a melhora, apesar da piora nas taxas de
investimento, é o aumento do
consumo. Ele representa 70%
do PIB norte-americano.
No trimestre terminado em
março, o consumo avançou
1,4%, depois de ter recuado
4,3% de outubro a dezembro. A
grande dúvida daqui em diante
é se esse nível de consumo vai
se sustentar, levando as empresas a voltar a investir na produção e na atividade imobiliária.
Caso os investimentos não
aumentem, a recuperação do
consumo pode se tornar insustentável, especialmente em um
quadro de aumento do desemprego e de esforço dos norte-americanos, hoje endividados
em níveis recordes, para ampliar seu nível de poupança.
Todo o esforço do Fed (o
banco Central dos EUA) ao ter
injetado a partir de 2008 mais
de US$ 1 trilhão em créditos na
economia (a consumidores,
empresas, bancos e imobiliários) é uma tentativa de sustentar o aumento do consumo e,
com isso, incentivar investimentos. O lado negativo é que
levará a mais endividamento.
O PIB mostrou também que
houve um aumento moderado
na lucratividade das empresas,
de US$ 48 bilhões no caso das
do setor produtivo (ante recuo
de US$ 250 bilhões no último
trimestre de 2008) e de US$
113,7 bilhões no setor financeiro (queda de US$ 178,7 bilhões). A lucratividade maior,
porém, foi obtida com cortes de
custos e demissões.
Outras estatísticas anunciadas ontem pelo Departamento
do Trabalho jogaram um pouco
mais de água fria no otimismo
com um recuperação mais firme no segundo semestre.
Houve mais 15 mil pedidos
de seguro-desemprego, elevando o total para 627 mil na semana passada. O número veio bem
acima do esperado e deve confirmar, nos próximos meses, a
previsão do nível de desemprego nos EUA acima dos 10%.
Texto Anterior: Cosan faz compromisso sobre salário Próximo Texto: Financiamento: Pela 1ª vez, Fed cancela plano de empréstimo emergencial Índice
|