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Brasil e Argentina disputam filmes publicitários
Em Cannes, produtoras nacionais investem R$ 1 mi para promover a diversidade de cenários do país
CRISTIANE BARBIERI
ENVIADA ESPECIAL A CANNES
Não chega a ser torcida de
Copa do Mundo, mas apenas
dois países marcam presença
do lado de fora do Palais, onde
acontece o Festival Internacional de Publicidade de Cannes.
Brasil e Argentina disputam a
atenção das agências de propaganda para conquistar para si
as produções de filmes mundiais, usando painéis gigantescos com suas marcas.
"Os banners têm o mesmo tamanho, mas fizemos um estudo
para que o nosso parecesse
maior", diz Paulo Henrique Miranda, gerente-executivo da
Filmbrazil, associação de 53
empresas da área de produção
cinematográfica.
Por enquanto, o Brasil parece
estar levando a melhor na disputa. Além de ter montado um
grande lounge na praia, as produtoras nacionais dizem sair da
feira com contratos fechados,
ao contrário dos argentinos,
que contam só com um estande
tímido no Palais.
Enquanto os argentinos têm
recursos de sua secretaria de
turismo, as produtoras brasileiras são apoiadas de maneira
importante pela Apex (Associação Brasileira de Exportação e
Investimentos) desde 2005.
Na prática, o patrocínio já gerou retorno. Até 2004, em média dois filmes internacionais
eram feitos por ano no país. Em
2008, o número tinha saltado
para 58. Durante o festival do
ano passado, foram gerados
US$ 2 milhões em negócios e,
nos 12 meses seguintes, mais
US$ 18 milhões, segundo a
Filmbrazil. Para este ano, a expectativa é manter os mesmos
números.
"As produtoras já vêm com
reuniões com clientes marcadas", diz Marianna Souza, assistente da Filmbrazil.
O investimento de R$ 1,1 milhão em Cannes é dividido entre Apex, Filmbrazil e Apro
(Associação Brasileira de Produtoras de Audiovisual). Cheio
durante toda a semana, o lounge receberia eventos sobre música, tecnologia e produção de
filmes no Brasil. Para acompanhar a tradicional caipirinha,
foram feitas parcerias com o
Ibraf (Instituto Brasileiro de
Frutas) e a Abic (Associação
Brasileira do Café).
"Temos a grande vantagem,
em relação à Argentina, de termos cenários que nos remetem
a muitos países", afirma Miranda. "Podemos filmar no Brasil
campanhas que se passariam
na Alemanha, no Japão, nos Estados Unidos e em outros lugares."
Os argentinos reconhecem
os méritos da organização brasileira e dizem que a disputa
entre os países torna a região
forte na produção de filmes.
"A revolução do Brasil, nessa
área, está na permanência", diz
Francisco Condorelli, sócio do
argentino Gruposiete. "A constância da presença em Cannes
trouxe bons resultados."
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