São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Brasil e Argentina disputam filmes publicitários

Em Cannes, produtoras nacionais investem R$ 1 mi para promover a diversidade de cenários do país

CRISTIANE BARBIERI
ENVIADA ESPECIAL A CANNES

Não chega a ser torcida de Copa do Mundo, mas apenas dois países marcam presença do lado de fora do Palais, onde acontece o Festival Internacional de Publicidade de Cannes. Brasil e Argentina disputam a atenção das agências de propaganda para conquistar para si as produções de filmes mundiais, usando painéis gigantescos com suas marcas.
"Os banners têm o mesmo tamanho, mas fizemos um estudo para que o nosso parecesse maior", diz Paulo Henrique Miranda, gerente-executivo da Filmbrazil, associação de 53 empresas da área de produção cinematográfica.
Por enquanto, o Brasil parece estar levando a melhor na disputa. Além de ter montado um grande lounge na praia, as produtoras nacionais dizem sair da feira com contratos fechados, ao contrário dos argentinos, que contam só com um estande tímido no Palais.
Enquanto os argentinos têm recursos de sua secretaria de turismo, as produtoras brasileiras são apoiadas de maneira importante pela Apex (Associação Brasileira de Exportação e Investimentos) desde 2005.
Na prática, o patrocínio já gerou retorno. Até 2004, em média dois filmes internacionais eram feitos por ano no país. Em 2008, o número tinha saltado para 58. Durante o festival do ano passado, foram gerados US$ 2 milhões em negócios e, nos 12 meses seguintes, mais US$ 18 milhões, segundo a Filmbrazil. Para este ano, a expectativa é manter os mesmos números.
"As produtoras já vêm com reuniões com clientes marcadas", diz Marianna Souza, assistente da Filmbrazil.
O investimento de R$ 1,1 milhão em Cannes é dividido entre Apex, Filmbrazil e Apro (Associação Brasileira de Produtoras de Audiovisual). Cheio durante toda a semana, o lounge receberia eventos sobre música, tecnologia e produção de filmes no Brasil. Para acompanhar a tradicional caipirinha, foram feitas parcerias com o Ibraf (Instituto Brasileiro de Frutas) e a Abic (Associação Brasileira do Café).
"Temos a grande vantagem, em relação à Argentina, de termos cenários que nos remetem a muitos países", afirma Miranda. "Podemos filmar no Brasil campanhas que se passariam na Alemanha, no Japão, nos Estados Unidos e em outros lugares."
Os argentinos reconhecem os méritos da organização brasileira e dizem que a disputa entre os países torna a região forte na produção de filmes.
"A revolução do Brasil, nessa área, está na permanência", diz Francisco Condorelli, sócio do argentino Gruposiete. "A constância da presença em Cannes trouxe bons resultados."


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