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CONJUNTURA
Estrangeiros pouco ajudaram para crescimento da região
Economista da Cepal critica a falta de investimento externo
GILSON SCHWARTZ
da Equipe de Articulistas
O economista Michael Mortimore, responsável pela área de Investimentos e Estratégias Empresariais da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), alerta para a baixa contribuição da onda recente de investimentos diretos estrangeiros para o
crescimento econômico na região.
Ele publicou uma nota na edição
de julho do informe "Notas da Cepal", lançado na semana passada.
Entre 90 e 98, os fluxos de investimento direto para a região passaram de US$ 8 bilhões para US$ 67,3
bilhões, levando à elevação de 60%
no estoque dos investimentos.
Entre 94 e 97, a participação das
multinacionais no total das vendas
das 500 maiores empresas da região passou de 29% para 33%.
Mortimore observa, no entanto,
que apesar da elevação em 13 vezes
do investimento, a taxa de crescimento econômico foi, em média,
50% menor nos anos 90.
Segundo o economista, uma das
razões é a elevada concentração
dos investimentos em operações
de transferência patrimonial, ou
seja, compra de ativos já existentes, sem criação de nova capacidade produtiva e baixa contribuição
à formação bruta de capital fixo.
Mortimore argumenta ainda que
os governos latino-americanos
usaram boa parte das receitas das
privatizações para cobrir os desequilíbrios em suas contas externas.
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