São Paulo, Sábado, 26 de Junho de 1999
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EXUBERÂNCIA
País cresceu 4,3% até março
Expansão nos EUA foi maior que a prevista

das agências internacionais

Os EUA revisaram para cima o crescimento de sua economia no primeiro trimestre.
O PIB (Produto Interno Bruto, total de riquezas produzidas em um ano) do país cresceu 4,3% nos três primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados ontem pelo Departamento de Comércio norte-americano.
Pelo cálculo anterior, a economia tinha registrado aumento de 4,1%.
Com o novo dado, o PIB norte-americano anualizado totalizou US$ 7,78 trilhões no primeiro trimestre. No período anterior, esse valor era de US$ 7,678 trilhões.
"Nossa economia está hoje mais forte do que nunca", disse o presidente Bill Clinton em discurso aos alunos da Universidade de Georgetown (Washington).
A nova taxa de crescimento da economia levou em conta a revisão para baixo do déficit comercial norte-americano.
O cálculo mais recente da balança comercial do país apontou que o volume das exportações no primeiro trimestre foi US$ 4,5 bilhões maior do que o inicialmente estimado; o de importações, US$ 2 bilhões menor.
Com esse resultado, o déficit na balança comercial do país ficou em US$ 303,6 bilhões nos três primeiros meses do ano, contra US$ 310,1 bilhões inicialmente anunciados -uma diferença, para menos, de US$ 6,5 bilhões.
Mesmo com o recuo, o déficit comercial dos Estados Unidos continua bastante elevado. A estimativa é que o déficit comercial deste ano supere o recorde de US$ 169,3 bilhões registrado em 98, o que não deve conter a expansão contínua da economia norte-americana.
Isso deve levar o Fed (o banco central do país) a elevar a taxa de juros básica em sua próxima reunião, que acontece nos dias 29 e 30 deste mês. A taxa está hoje em 4,75%.
O forte consumo registrado no país, que está garantindo o crescimento, pode gerar inflação, o que o Fed quer evitar elevando os juros.
O mercado aposta que a taxa será elevada em 0,25 ponto percentual, passando para 5%.
Os economistas descartam aumento maior dos juros por enquanto devido à queda nas vendas de casas, um forte indicador de que a demanda doméstica está caindo e a inflação está contida.
As vendas no setor de habitação caíram 4% em maio em relação a abril. No total, foram vendidas 5,04 milhões de casas. Em abril, esse número foi de 5,25 milhões.
Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor, principal indicador de inflação dos EUA, não apresentou alta em maio em relação ao mês anterior, o que significa que a inflação foi de zero por cento no mês.

Previsões
A previsão para o próximo trimestre é que o PIB do país diminua seu ritmo de expansão e cresça 3,5%.
No entanto, essa redução não conseguirá evitar, de acordo com analistas, novos aumentos nas taxas de juros.
"Minha aposta é que haverá nova elevação na reunião de 24 de agosto", disse David Orr, economista da First Union.
A economia dos EUA registra seu nono ano consecutivo de expansão econômica e o desemprego está em seu menor nível desde 1970.



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