São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice VAIVÉM DAS COMMODITIES Mauro Zafalon @ - mzafalon@folhasp.com.br EFEITO ENTRESSAFRA Abates crescentes nos últimos anos, principalmente de fêmeas, começam a fazer efeito nesta entressafra. A arroba de boi gordo chegou a ser negociada a R$ 53 em São Paulo, conforme cotações do Instituto FNP. Na BM&F, o contrato de outubro aponta para R$ 59,30. BATEU NOS R$ 30 Assim como a arroba de boi, a de suínos mostra forte aceleração na semana. Alguns frigoríficos, devido à redução de oferta de suínos prontos para o abate, chegaram a pagar R$ 30 ontem em São Paulo. Na média, os preços ficaram em R$ 28,6, conforme pesquisa da Folha. ÁFRICA NO ÁLCOOL A alta do petróleo continua incentivando o consumo de álcool pelo mundo. Foi iniciada ontem na África do Sul a construção da primeira usina comercial, que terá a produção de etanol proveniente de milho. A capacidade inicial é de 150 milhões de litros por ano a partir de 2008. FOCO NA EXPORTAÇÃO A atual vocação brasileira de exportação de carne bovina, que levou o país à liderança mundial, está provocando um rearranjo na pecuária. MENOS FÊMEAS Em 1995, de cada 100 animais, 68 seriam destinados a corte. Em 2005, o número era de 74. Já os animais destinados à produção de leite recuaram de 32 para 26 no período, com queda de 1,4 milhão de cabeças, segundo estudo de Fabiano Tito Rosa e Leonardo Alencar, da Scot Consultoria. PLANO DE LUTA Após quatro dias de paralisações, os pecuaristas argentinos consideraram positivo o movimento. Agora vão adotar "um plano de luta". Ao contrário do que ocorre aqui, a crise por lá ocorre na pecuária. Por aqui, afeta pecuária e agricultura. CÍRCULO VICIOSO 1 A pressão de oferta de trigo e de farinha argentinos -mais baratos- derruba a produção brasileira. As recentes limitações do governo argentino às exportações, no entanto, elevaram os preços por aqui, forçando o governo brasileiro a desovar estoques. CÍRCULO VICIOSO 2 Os estoques do governo brasileiro diminuíram a pressão nos preços internos, mas vieram em um momento em que os agricultores estavam decidindo sobre o plantio. A área plantada foi menor e a situação foi agravada, ainda, pelo clima. CÍRCULO VICIOSO 3 Sem incentivo no preço, os produtores vão continuar pisando no freio no plantio. O país, que já importa 70% do que consome, vai ficar ainda mais dependente do trigo estrangeiro. O governo e o setor devem ter uma postura mais ativa, na avaliação da Safras & Mercado. Texto Anterior: Bolsa de SP se recupera nofim do pregão e sobe 1,26% Próximo Texto: PR perde R$ 1,9 bi no campo com estiagem Índice

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