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PR perde R$ 1,9 bi no campo com estiagem
Trigo é a cultura mais afetada, mas soja e milho também terão colheita menor
Falta de chuva em volume
suficiente para a agricultura
já vem desde novembro;
mesmo assim, Estado deve
liderar produção de grãos
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A Secretaria da Agricultura
do Paraná prepara para o final
desta semana um novo balanço
dos prejuízos da estiagem sobre a produção de grãos no Estado, mas o Deral (Departamento de Economia Rural) já
anunciou que a renda dos agricultores será R$ 1,9 bilhão menor que a projetada no início da
safra 2005-2006. O valor é o estimado para a quebra da colheita devido à falta de chuvas no
campo.
A cultura mais afetada no
momento é a do trigo. Já em
ritmo de redução da área plantada devido à falta de compradores e ao preço baixo, a produção do trigo paranaense em razão da seca deve cair de 2,23
milhões de toneladas para 1,79
milhão de toneladas. Em 2005,
o Paraná colheu 2,8 milhões de
toneladas, 36,1% a mais do que
deve colher agora.
Desde novembro de 2005,
período de desenvolvimento
das culturas de soja e milho,
não chove em quantidade suficiente para tranqüilizar o agricultor paranaense. O relatório
do final de junho do Deral
apontou que a safra da soja
quebrou em 21% por falta de
chuva. A produção foi de 9,3
milhões de toneladas, quando o
esperado eram 11,8 milhões. No
milho, a produção caiu 17%, de
9,4 milhões de toneladas para
7,854 milhões.
Para estimar as perdas financeiras, o Deral considera o preço médio pago na semana ao
produtor e o multiplica pelo volume de produção perdido devido às adversidades do clima.
Mesmo com as perdas acumuladas, o Paraná ainda desponta como primeiro do ranking dos Estados no volume de
grãos que deve colher nesta safra. Essa posição na safra anterior foi de Mato Grosso. MT reduziu a área de plantio em
12,6% nesta safra, enquanto o
Paraná aumentou em 10,9%. A
Conab (Companhia Nacional
de Abastecimento) estima que
o Paraná vai responder por
20,6% da produção nacional.
O gerente técnico econômico
da Ocepar (Organização das
Cooperativas do Paraná), Flávio Turra, diz que, depois de sofrer com perdas no preço e na
produção das principais culturas -soja e milho-, o produtor
ficou sem possibilidade de recuperar parte da receita nas safras de inverno. ""Isso trará reflexo negativo para a próxima
safra do milho de verão", afirmou. Segundo Turra, o produtor reservará mais área para a
soja, ""numa aposta na cultura
que está menos pior".
Energia
A estiagem que vem comprometendo as principais culturas
do Sul do país também causa
apreensão nas empresas responsáveis pelo abastecimento
de água e de energia elétrica.
Hoje o diretor-geral do ONS
(Operador Nacional do Sistema), Hermes Chipp, reúne-se
em Curitiba com representantes de 20 companhias de geração, transmissão e distribuição
de energia do Sul.
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