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Jornada menor encarece até moradia, diz indústria
Sergio Lima/Folha Imagem
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Sindicalistas e empresários debatem proposta no Congresso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40
horas tornará mais cara a construção das habitações do programa Minha Casa Minha Vida
e poderá ter impacto nos valores das prestações da unidades,
segundo estimativa divulgada
pela CBIC (Câmara Brasileira
da Indústria da Construção).
A previsão foi apresentada
durante debate no plenário da
Câmara entre empresários e
trabalhadores. As construtoras
alertaram para o risco de o governo não conseguir atingir a
meta de 1 milhão de moradias,
caso a proposta de emenda
constitucional (PEC) para reduzir a jornada seja aprovada.
Considerando os custos de
uma casa de dois dormitórios
em Mato Grosso do Sul, o estudo apresentado pela CBIC
aponta que a redução de quatro
horas exigiria aumento de 4,8%
no preço de cada unidade, que
hoje sai por R$ 26.030,54.
""Significa dizer que a verba
destinada para o programa deixará de financiar 48 mil unidades", afirmou o presidente da
entidade, Paulo Safady Simão.
Dezenas de empresários e
mais de mil sindicalistas lotaram as galerias e salões da Câmara com faixas e adesivos favoráveis e contrários à matéria.
O presidente da Casa, Michel
Temer (PMDB-SP), chegou a
ameaçar suspender a sessão
devido aos gritos que partiam
de ambos os lados que se alternavam na discussão. Segundo
ele, no entanto, ainda não há
previsão para votação da proposta, que precisa ser aprovada
em dois turnos por no mínimo
308 deputados (três quintos do
total) antes de ir para o Senado.
Defensor da redução, o ministro Carlos Lupi (Trabalho)
argumentou que o impacto da
medida não seria tão grande,
pois o custo dos salários, que
hoje respondem em média por
22% do preço final dos produtos, passaria para 23,9%. "Essa
história de prejuízos não é o
mundo real. Em 1988 a Constituinte alterou de 48 para 44 horas e ninguém quebrou."
A proposta também eleva a
remuneração das horas extras
de 50% para 75% do valor da
hora normal. Mas, segundo sindicalistas, os trabalhadores podem abrir mão desse ponto para alcançar um acordo que permita a votação ainda em 2009.
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