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Brasil cresce ao ritmo pré-crise, afirma Meirelles
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse
ontem que tanto o crescimento
anualizado da economia brasileira como o do crédito ao consumo já voltaram aos níveis
pré-agravamento da crise, em
setembro de 2008.
Em palestra a investidores e
empresários, em Nova York,
Meirelles disse que o país elevou as reservas internacionais
de US$ 205,1 bilhões para US$
214,8 bilhões entre agosto do
ano passado e agora.
O presidente do BC não antecipou a expectativa de crescimento para 2009, mas afirmou
que há projeções dando conta
que o Brasil já cresce a uma taxa anualizada entre 4% e 8%.
"Creio que estamos mais perto
dos 8%", disse. No último trimestre antes da explosão da
crise (de julho a setembro de
2008) o PIB evoluiu 6,3%.
Para 2010, Meirelles disse
que o comportamento da inflação (a meta do BC é de 4,5%)
poderá abrir espaço para novos
cortes na taxa básica de juros,
atualmente em 8,75% ao ano.
Em sua apresentação, organizada pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, Meirelles mostrou números dando conta de
que, dos US$ 39 bilhões em financiamentos em dólar injetados no pior da crise no mercado
de dólar "spot" (à vista) e para o
financiamento a exportações,
cerca de US$ 28 bilhões já voltaram aos cofres do BC.
Meirelles foi enfático ao dizer que a crise entrou no Brasil
pelo mercado de crédito, principalmente em moeda estrangeira para exportadores e empresas. E que o Brasil foi rápido
na resposta ao que comparou a
um "ataque cardíaco".
Ele afirmou que o fato de o
Brasil exigir que os bancos
mantenham depósitos compulsórios no Banco Central foi
fundamental no combate à falta de liquidez no agravamento
da crise. No total, o BC disponibilizou R$ 99,8 bilhões para o
sistema financeiro em dinheiro
que era do compulsório.
Meirelles destacou o aumento da participação dos bancos
estatais nos financiamentos.
Os bancos públicos concederam 33% mais crédito a partir
de setembro de 2008. O aumento foi de 9,1% nas grandes
instituições privadas.
Questionado se o Brasil manteria ou ampliaria medidas de
ajuda ao mercado financeiro e
ao consumo (como corte de impostos no setor automotivo),
Meirelles afirmou que o PAC e
os aumentos recentes ao funcionalismo público não fazem
parte do programa, mas que
ajudarão a dar fôlego para a
economia.
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