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Oposição diz que governo veta debate da nova Lei do Petróleo
Parlamentares criticam prazo de 90 dias para debater e aprovar marco do pré-sal
Projetos em regime de
urgência constitucional
também dificultam proposta
de emendas para o texto
elaborado pelo governo
VALDO CRUZ
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Tucanos e democratas criticam o governo Lula de ter
"atropelado e obstruído" o debate sobre a nova Lei do Petróleo e de forçar a aprovação de
uma "receita pronta" no Congresso com o objetivo de criar
uma "plataforma eleitoral" para tentar eleger a ministra Dilma Rousseff presidente.
Críticos da mudança no modelo para explorar o petróleo
do pré-sal, líderes dos dois partidos de oposição dizem que o
envio do novo marco regulatório por meio de projeto de lei
com urgência constitucional é
"praticamente" o mesmo que
enviar uma medida provisória.
"Eles fecharam o debate sobre o pré-sal e agora tentam camuflar o viés autoritário da decisão enviando projetos de lei
com urgência constitucional",
criticou o presidente do PSDB,
senador Sérgio Guerra (PE).
O líder do DEM, Agripino
Maia (RN), vai na mesma linha.
"O governo levou mais de um
ano para empacotar o modelo
do pré-sal e agora quer atropelar o Congresso em 90 dias."
No regime de urgência constitucional, os projetos têm de
ser votados em até 45 dias na
Câmara e outros 45 no Senado.
Caso contrário, nada mais pode
ser votado até que os projetos
sejam apreciados. Não são permitidas emendas individuais
ao texto do governo, mas só
aquelas com apoio de um quinto da Câmara ou do Senado.
A diferença entre uma MP e
um projeto com urgência constitucional é que a primeira entra em vigor imediatamente e
tranca a pauta caso não seja votada em 45 dias tanto na Câmara como no Senado.
O governo, no entanto, diz
que as críticas da oposição já
eram esperadas, e minimiza
eventuais repercussões. Reservadamente, a avaliação é de que
haverá "chiadeira", mas que
DEM e PSDB acabarão votando
o texto no prazo previsto porque não vão querer "ficar contra o pré-sal".
Além das críticas à falta de
debate, o PSDB divulgou ontem
um documento, intitulado
"Pré-sal: mitos, equívocos e retrocessos", defendendo o modelo atual de concessão criado
no governo FHC.
"O modelo criado em 1997,
durante o governo FHC, se
mostrou um sucesso de estratégia e modernizou a Petrobras", disse o deputado Luiz
Paulo Velozo Lucas (PSDB-ES), presidente do Instituto
Teotônio Vilela, ligado à sigla.
No modelo de concessão, a
petrolífera vencedora de um
leilão fica com toda a produção
de óleo daquele campo, pagando em troca tributos ao governo, Estados e municípios.
A proposta do presidente Lula adota a partilha de produção,
em que o óleo extraído é dividido entre a União e as empresas
vencedoras do leilão. A maior
parte ficará com a União.
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