|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Embratur descarta ajuda financeira à operadora
SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), Caio
Luiz de Carvalho, afirmou ontem
que está descartada a hipótese de
ajuda financeira à Soletur, uma
das maiores operadoras de viagens do Brasil, que pediu falência
anteontem.
Apesar disso, Carvalho ressaltou que o órgão está empenhado
em ajudar todos os clientes da
operadora e que com um pouco
de paciência todos os casos serão
resolvidos.
A Embratur pediu à AGU (Advocacia Geral da União) que encontre um mecanismo para que a
empresa possa atuar no processo
de falência da Soletur na defesa
dos interesses dos clientes da
companhia. Juntamente de empresas aéreas, hotéis e locadoras,
os clientes estarão entre os credores da operadora.
Fato isolado
Para Carvalho, a falência da Soletur foi um fato isolado e não deve comprometer a credibilidade
do setor de turismo. "Ninguém
fugiu. A operadora faliu, mas os
diretores estão dispostos a chegar
a um acordo com os clientes",
afirmou.
A Embratur acertou com as empresas aéreas Varig e TAM que todos os bilhetes de clientes da Soletur serão honrados. As duas empresas colocaram suas aeronaves
à disposição dos clientes da operadora que ainda estejam em
trânsito no Brasil e no exterior, segundo Carvalho.
A Embratur também negociou
com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis que os clientes
com reservas marcadas até a próxima semana serão atendidos
normalmente. Após esse prazo, as
reservas serão negociadas com
cada cliente.
Quantos já pagaram
De acordo com a Embratur,
aproximadamente 7.000 clientes
já pagaram por viagens e pacotes
turísticos à Soletur. Desses, 15% já
teriam efetuado o pagamento
completo.
"Nós estamos aconselhando esses clientes a suspender os pagamentos feitos por cheque ou cartão de crédito. Como não passam
de mil, é possível resolver o problema deles", afirmou o presidente da Embratur.
A Embratur recomenda que todos os clientes da Soletur registrem boletins de ocorrência em
delegacias de polícia ou de atendimento ao turista, em órgãos de
defesa do consumidor e na Embratur de cada região para garantir o pagamento de eventuais perdas com as viagens.
Ponto forte
O ponto forte da Soletur eram as
viagens para o exterior, que representavam 50% de seu faturamento. Com a desvalorização cambial
em 1999, a operadora começou a
ter problemas, que foram agravados após os atentados terroristas
de 11 de setembro nos Estados
Unidos, que destruíram as torres
gêmeas do WTC, em Nova York,
e parte do Pentágono, nas imediações de Washington.
Texto Anterior: Atentado acelera quebra da Soletur; dívida é de R$ 30 mi Próximo Texto: Terror e dólar fazem gasto de brasileiro lá fora cair 41% Índice
|