São Paulo, sexta-feira, 26 de outubro de 2001

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Embratur descarta ajuda financeira à operadora

SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), Caio Luiz de Carvalho, afirmou ontem que está descartada a hipótese de ajuda financeira à Soletur, uma das maiores operadoras de viagens do Brasil, que pediu falência anteontem.
Apesar disso, Carvalho ressaltou que o órgão está empenhado em ajudar todos os clientes da operadora e que com um pouco de paciência todos os casos serão resolvidos.
A Embratur pediu à AGU (Advocacia Geral da União) que encontre um mecanismo para que a empresa possa atuar no processo de falência da Soletur na defesa dos interesses dos clientes da companhia. Juntamente de empresas aéreas, hotéis e locadoras, os clientes estarão entre os credores da operadora.

Fato isolado
Para Carvalho, a falência da Soletur foi um fato isolado e não deve comprometer a credibilidade do setor de turismo. "Ninguém fugiu. A operadora faliu, mas os diretores estão dispostos a chegar a um acordo com os clientes", afirmou.
A Embratur acertou com as empresas aéreas Varig e TAM que todos os bilhetes de clientes da Soletur serão honrados. As duas empresas colocaram suas aeronaves à disposição dos clientes da operadora que ainda estejam em trânsito no Brasil e no exterior, segundo Carvalho.
A Embratur também negociou com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis que os clientes com reservas marcadas até a próxima semana serão atendidos normalmente. Após esse prazo, as reservas serão negociadas com cada cliente.

Quantos já pagaram
De acordo com a Embratur, aproximadamente 7.000 clientes já pagaram por viagens e pacotes turísticos à Soletur. Desses, 15% já teriam efetuado o pagamento completo.
"Nós estamos aconselhando esses clientes a suspender os pagamentos feitos por cheque ou cartão de crédito. Como não passam de mil, é possível resolver o problema deles", afirmou o presidente da Embratur.
A Embratur recomenda que todos os clientes da Soletur registrem boletins de ocorrência em delegacias de polícia ou de atendimento ao turista, em órgãos de defesa do consumidor e na Embratur de cada região para garantir o pagamento de eventuais perdas com as viagens.

Ponto forte
O ponto forte da Soletur eram as viagens para o exterior, que representavam 50% de seu faturamento. Com a desvalorização cambial em 1999, a operadora começou a ter problemas, que foram agravados após os atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, que destruíram as torres gêmeas do WTC, em Nova York, e parte do Pentágono, nas imediações de Washington.


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