|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INFORMÁTICA
Governo investiga se empresas usam artifício para pagar menos imposto
Empresas subfaturam importação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Desenvolvimento encontrou indícios de que
empresas beneficiadas pelas isenções fiscais previstas na Lei de Informática estão subfaturando importações para pagar menos impostos.
Com base nesses indícios, o ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, determinou a fiscalização de 12 empresas para averiguar possíveis irregularidades.
Essas indústrias são responsáveis
por 70% do faturamento do setor.
Das 12 indústrias que serão fiscalizadas, três são suspeitas de estar cometendo irregularidades.
Outras seis foram escolhidas por
serem as de maior porte, e as demais, por sorteio.
Para controlar a entrada de produtos de informática no país, o
ministério criou uma base de dados com as empresas que atuam
no setor. Entre os dados que são
acompanhados está o preço de
importação do produto declarado
por empresa, que é comparado
com o valor de mercado.
Segundo Amaral, o levantamento preliminar mostra que entre 33% e 66% do mercado de informática é de produtos ou componentes que entram no país de
maneira irregular.
Um dos exemplos oferecidos
pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento,
Benjamim Sicsú, é o da compra de
mouses. De janeiro a agosto, entraram no país 2,359 milhões de
mouses.
O preço desse produto é de cerca de US$ 2. Sicsú afirma que
1,936 milhão foi importado com
valor declarado inferior a US$ 1.
Desse total, 995 mil entraram no
país por menos de US$ 0,50.
As irregularidades não se limitam à importação de mouse. Milhares de discos rígidos, teclados,
placas de memórias, monitores e
demais componentes de computadores entram no país com preços declarados muito abaixo do
seu valor real. O subfaturamento
significa que as empresas pagam
menos impostos e podem competir com vantagens desleais com
produtores nacionais.
"O produtor nacional tem condições de competir com o produto estrangeiro, mas não com o
contrabando", disse Amaral.
Para regularizar a fiscalização
que irá começar nos próximos
dias, foi foi editada ontem uma
portaria. De acordo com as regras, a empresa que estiver cometendo irregularidades perderá as
isenções fiscais previstas na lei. A
fiscalização será feita pelos ministérios do Desenvolvimento e de
Ciência e Tecnologia.
Texto Anterior: Combustíveis: Entressafra eleva preços do álcool Próximo Texto: Mercado financeiro: Risco-país cai mais 3% e fecha a 1.765 pontos Índice
|