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Níquel e câmbio afetam o resultado da Vale no 3º tri
Queda no preço e dólar desvalorizado levaram empresa a ter lucro 20% menor que no 2º tri
Ganho líquido de R$ 4,7 bi, porém, é 17% superior ao
do 3º trimestre de 2006; no ano, lucro da Vale aumentou
55% e soma R$ 15,6 bilhões
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A desvalorização do dólar
(em relação ao real e ao dólar
canadense) e a queda nos preços do níquel afetaram negativamente o resultado da Vale do
Rio Doce no terceiro trimestre.
De julho a setembro, a companhia lucrou R$ 4,7 bilhões, um
resultado 20,3% menor do que
o do segundo trimestre. Em relação ao terceiro trimestre de
2006, houve alta de 17,3%.
Nos primeiros nove meses do
ano, o resultado da companhia
soma R$ 15,6 bilhões, o que significa uma alta de 55%.
A contribuição da Vale Inco
(operação no Canadá) foi de
apenas R$ 2,352 bilhões no
ano, refletindo o efeito negativo da queda do preço do níquel
e a variação cambial ante o dólar canadense das diversas
moedas dos países em que atua.
Os dados do terceiro trimestre
de 2006 e dos nove meses de
2006 não incluíam a Inco.
De acordo com dados da Economática, o resultado no ano
corresponde ao quarto maior
lucro de uma empresa brasileira de capital aberto até o terceiro trimestre nos últimos 20
anos. Os três primeiros lugares
são lucros da Petrobras. Na última quarta-feira, o valor de
mercado da Vale era de R$
271,8 bilhões, e o da Petrobras,
de R$ 320,4 bilhões.
Analistas já previam um resultado mais fraco da Vale no
terceiro trimestre. "Os preços
do níquel praticados no segundo trimestre foram atípicos, e a
manutenção naquele patamar
não deveria ocorrer", afirma
Rodrigo Ferraz, do Brascan.
Depois de alcançar preço recorde de US$ 54.200 por tonelada em maio, o preço do níquel
recuou para cerca de US$
32.000 por tonelada em outubro. As vendas de níquel da Vale no trimestre geraram receita
de R$ 3,772 bilhões, um desempenho 40,5% inferior ao do segundo trimestre.
Na avaliação de Roger Downey, do Credit Suisse, os fatores
cruciais no curto prazo para a
companhia são as negociações
para o reajuste do preço do minério de ferro e a incorporação
dos planos de crescimento orgânico da companhia.
A Vale registrou recorde de
vendas de minério de ferro e
pelotas, com 76,958 milhões de
toneladas. O resultado é 5,8%
superior ao antigo recorde da
empresa, do terceiro trimestre
do ano passado, de 72,730 milhões de toneladas. A empresa
chegou a adquirir 1,955 milhão
de toneladas de minério de ferro de outras mineradoras para
complementar sua produção e
atender aos clientes.
Apesar do aumento do volume embarcado, a receita do
segmento de minério de ferro,
pelotas, manganês e ferro ligas,
de R$ 7,827 bilhões, teve queda
de 1,3% em relação ao terceiro
trimestre de 2006 em razão da
contabilização do reajuste retroativo de preços de minério.
A receita bruta somou R$ 16
bilhões no terceiro trimestre, a
mais alta para o período. A geração de caixa, medida pelo lucro antes de despesas financeiras, impostos e depreciação, somou R$ 8 bilhões, com alta de
35,7% em relação a igual período do ano passado. No ano, a
geração de caixa cresceu 83,7%
e somou R$ 14,87 bilhões.
A dívida total ficou em US$
18,3 bilhões, contra US$ 19,1 bilhões no final do segundo trimestre. No ano, a Vale já investiu US$ 4,4 bilhões.
"Continuamos confiantes no
crescimento sólido e contínuo
da economia global, esperando,
entretanto, que se processe em
ritmo mais moderado que o verificado nos últimos três anos",
informa a empresa.
Os preços do minério de ferro continuam aquecidos. Segundo a Vale, no mercado à vista na China, os preços alcançaram o nível de US$ 180 por tonelada, um aumento superior a
100% em relação a igual período de 2006.
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