|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
outro lado
Empresas negam ter cometido fraudes
Elas afirmam não ter havido subfaturamento ou irregularidades em importações; 6 das 11 citadas não se pronunciam
DA REPORTAGEM LOCAL
A Plena e a Principal, empresas citadas no relatório da Polícia Federal da Operação Dilúvio como importadoras da
Sharp que teriam subfaturado
as compras, negam que tenham
feito qualquer prática ilícita.
HP, Xerox e 3Com também
negam conhecer irregularidades nas empresas que importam as suas marcas.
Das 11 empresas citadas pela
PF nas investigações sobre
fraudes em importações, seis
não quiseram se pronunciar:
Polishop, Nagem, Solution TI,
Llexam, Acer e Logitech. A Nagem informou que está colaborando com as investigações,
mas não detinha informações
que pudessem ser comentadas
com a imprensa.
A Folha procurou o escritório da Maxell responsável pela
distribuição na América Latina, na Cidade do Panamá, mas
os representantes não quiseram comentar as investigações
em torno da Llexam.
Leia a seguir o que dizem as
empresas sobre a investigação
da Polícia Federal:
Plena e Principal - Por
meio de nota, as empresas informaram que nunca subfaturam suas importações: "Todas
as nossas "invoices" [notas fiscais] são auditadas pela Sharp
Corporation e nunca tivemos
mercadorias paradas no desembaraço por conta de subfaturamento, uma vez que a Receita possui nos portos uma tabela de preço médio dos produtos. Sempre declaramos em
nossos documentos o nome do
real adquirente, o que comprova que não temos interesse nenhum em fazer subfaturamento e outras ações ilícitas".
"A acusação de subfaturamento é inadmissível, pois
sempre entregamos, tanto para
a Polícia como para a Receita
Federal, todos os documentos
solicitados".
A empresa que usa o nome
da Sharp, a Plena, é distribuidora autorizada da marca japonesa, diz a nota. Já a Principal
comercializa outros produtos.
As empresas informam que
usaram serviços de terceiros
para fazer importações no início das operações. Foi nessa situação, segundo as duas empresas, que recorreram aos serviços da Mercotex, investigada
pela PF e pela Receita durante
a Operação Dilúvio.
"Antes de qualquer operação
com a Mercotex, porém, foram
consultados todos os órgãos legais, que nada constataram que
desabonasse a empresa. Assim,
contestamos veementemente
qualquer suposição de irregularidades nas duas empresas",
afirma a nota.
Sobre o executivo Rubens
Barcellos, detido em 2004 durante a CPI da Pirataria sob
acusação de contrabandear
equipamentos da Sharp, a nota
diz que a Plena "mantém contrato de prestação de serviços
de consultoria" com ele.
HP - Nota da assessoria de
comunicação da empresa diz:
"A HP conduz seus negócios
com integridade inflexível. Cada membro de sua comunidade
-conselheiros, executivos, gerentes, funcionários e parceiros comerciais- tem o dever
de cumprir toda a legislação
aplicável e observar o mais alto
padrão de ética (...)".
"Dessa forma, a companhia
repudia o comércio ilegal."
"Tivemos conhecimento, por
meio da mídia, de uma ação da
Polícia Federal sobre empresas
suspeitas de importação e comércio irregular, tema sobre o
qual não podemos emitir nenhum juízo de valor".
A HP confirma que a Nagem
é uma distribuidora de seus
equipamentos.
Xerox - Sua assessoria informou que a Microsens não é
uma das suas representantes
autorizadas. A Microsens
anuncia ser uma distribuidora
Xerox. Segundo a corporação
americana, todas as importações oficiais são feitas diretamente pelo escritório brasileiro da Xerox. A Microsens pode
ter importado equipamentos
dos EUA de maneira informal,
de algum distribuidor nos
EUA, não diretamente da matriz, segundo a Xerox.
3Com - Marcos Corrêa, presidente da empresa no Brasil,
diz, por meio de nota, que só
tem três distribuidores no
mercado nacional: CNT, DM7
e Network1. "Essas empresas
possuem contrato de distribuição assinado com a 3Com Corporation nos EUA, sendo as
únicas autorizadas a importar e
a distribuir nossos produtos no
mercado nacional. Qualquer
outra operação de compra e
importação não é reconhecida
pela 3Com."
De acordo com Corrêa, a Solutions TI "possui um acordo
de aquisição de nossos produtos localmente de um dos distribuidores credenciados. A
empresa é reconhecida como
subdistribuidora, porém sem
autorização de compra fora do
país e, conseqüentemente, importação".
"As operações de contrabando de nossos produtos prejudicam em muito a operação local
e somos totalmente a favor de
operações dos órgãos competentes, na repreensão desse tipo de atividade."
"Nesse sentido, reiteramos
que a Solution TI não possui
autorização da 3Com para adquirir produtos fora do país. A
3Com se coloca à disposição
para apoiar as autoridades na
apuração dos fatos."
Texto Anterior: Luciana Coutinho: Política e economia Próximo Texto: Comércio ilegal ganha fôlego com Natal Índice
|