São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

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outro lado

Empresas negam ter cometido fraudes

Elas afirmam não ter havido subfaturamento ou irregularidades em importações; 6 das 11 citadas não se pronunciam

DA REPORTAGEM LOCAL

A Plena e a Principal, empresas citadas no relatório da Polícia Federal da Operação Dilúvio como importadoras da Sharp que teriam subfaturado as compras, negam que tenham feito qualquer prática ilícita.
HP, Xerox e 3Com também negam conhecer irregularidades nas empresas que importam as suas marcas.
Das 11 empresas citadas pela PF nas investigações sobre fraudes em importações, seis não quiseram se pronunciar: Polishop, Nagem, Solution TI, Llexam, Acer e Logitech. A Nagem informou que está colaborando com as investigações, mas não detinha informações que pudessem ser comentadas com a imprensa.
A Folha procurou o escritório da Maxell responsável pela distribuição na América Latina, na Cidade do Panamá, mas os representantes não quiseram comentar as investigações em torno da Llexam.
Leia a seguir o que dizem as empresas sobre a investigação da Polícia Federal:
Plena e Principal - Por meio de nota, as empresas informaram que nunca subfaturam suas importações: "Todas as nossas "invoices" [notas fiscais] são auditadas pela Sharp Corporation e nunca tivemos mercadorias paradas no desembaraço por conta de subfaturamento, uma vez que a Receita possui nos portos uma tabela de preço médio dos produtos. Sempre declaramos em nossos documentos o nome do real adquirente, o que comprova que não temos interesse nenhum em fazer subfaturamento e outras ações ilícitas".
"A acusação de subfaturamento é inadmissível, pois sempre entregamos, tanto para a Polícia como para a Receita Federal, todos os documentos solicitados".
A empresa que usa o nome da Sharp, a Plena, é distribuidora autorizada da marca japonesa, diz a nota. Já a Principal comercializa outros produtos.
As empresas informam que usaram serviços de terceiros para fazer importações no início das operações. Foi nessa situação, segundo as duas empresas, que recorreram aos serviços da Mercotex, investigada pela PF e pela Receita durante a Operação Dilúvio.
"Antes de qualquer operação com a Mercotex, porém, foram consultados todos os órgãos legais, que nada constataram que desabonasse a empresa. Assim, contestamos veementemente qualquer suposição de irregularidades nas duas empresas", afirma a nota.
Sobre o executivo Rubens Barcellos, detido em 2004 durante a CPI da Pirataria sob acusação de contrabandear equipamentos da Sharp, a nota diz que a Plena "mantém contrato de prestação de serviços de consultoria" com ele.
HP - Nota da assessoria de comunicação da empresa diz: "A HP conduz seus negócios com integridade inflexível. Cada membro de sua comunidade -conselheiros, executivos, gerentes, funcionários e parceiros comerciais- tem o dever de cumprir toda a legislação aplicável e observar o mais alto padrão de ética (...)".
"Dessa forma, a companhia repudia o comércio ilegal."
"Tivemos conhecimento, por meio da mídia, de uma ação da Polícia Federal sobre empresas suspeitas de importação e comércio irregular, tema sobre o qual não podemos emitir nenhum juízo de valor".
A HP confirma que a Nagem é uma distribuidora de seus equipamentos.
Xerox - Sua assessoria informou que a Microsens não é uma das suas representantes autorizadas. A Microsens anuncia ser uma distribuidora Xerox. Segundo a corporação americana, todas as importações oficiais são feitas diretamente pelo escritório brasileiro da Xerox. A Microsens pode ter importado equipamentos dos EUA de maneira informal, de algum distribuidor nos EUA, não diretamente da matriz, segundo a Xerox.
3Com - Marcos Corrêa, presidente da empresa no Brasil, diz, por meio de nota, que só tem três distribuidores no mercado nacional: CNT, DM7 e Network1. "Essas empresas possuem contrato de distribuição assinado com a 3Com Corporation nos EUA, sendo as únicas autorizadas a importar e a distribuir nossos produtos no mercado nacional. Qualquer outra operação de compra e importação não é reconhecida pela 3Com."
De acordo com Corrêa, a Solutions TI "possui um acordo de aquisição de nossos produtos localmente de um dos distribuidores credenciados. A empresa é reconhecida como subdistribuidora, porém sem autorização de compra fora do país e, conseqüentemente, importação".
"As operações de contrabando de nossos produtos prejudicam em muito a operação local e somos totalmente a favor de operações dos órgãos competentes, na repreensão desse tipo de atividade."
"Nesse sentido, reiteramos que a Solution TI não possui autorização da 3Com para adquirir produtos fora do país. A 3Com se coloca à disposição para apoiar as autoridades na apuração dos fatos."


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