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Votação é adiada até que impasse seja resolvido
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pedido do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, a votação
dos projetos do pré-sal foi adiada até que se resolva o impasse
entre Estados produtores e não
produtores. Lula avisou a integrantes da base aliada que pretende retomar pessoalmente as
negociações.
Ontem, os deputados de Estados não produtores reagiram
às declarações do governador
do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), que classificou a
iniciativa de alterar os repasses
das áreas já licitadas de "butim". Prometeram radicalizar
se Cabral não baixar o tom das
críticas ao não produtores.
"Não entendo o tom inábil
que alguns políticos cariocas
usam. Eles estão dando como
perdida uma causa e por isso
estão querendo aparecer para a
comunidade provinciana como
leões da causa perdida", disse o
deputado Ciro Gomes (PSB-CE), pré-candidato à Presidência da República.
Ciro Gomes afirmou que a
atitude do Rio atrapalha qualquer tentativa de negociação.
"Se os cariocas tivessem um
pouco de habilidade, poderíamos fazer um acordo, temos
margem de manobra, mas é
uma canalhice dar o estigma ao
Nordeste. Daria para discutir
se não fosse a inabilidade grosseira de alguns. As lideranças
cariocas estão colocando as galinhas para correr", declarou
Ciro, que hoje tem domicílio
eleitoral em São Paulo.
Ontem, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), defendeu um acordo com o
governo antes do início da votação. "Essa não é uma questão
partidária, é regional. Tem que
sentar todo mundo para conversar", afirmou Temer, cotado
para ser candidato a vice na
chapa de Dilma Rousseff, que
conversou com Lula por duas
vezes sobre o tema.
Cientes de que não têm votos
suficientes para proteger a
atual forma de divisão dos recursos do pré-sal licitado, representantes do Rio de Janeiro
e do Espírito Santo pressionam
por uma declaração pública de
Lula de que qualquer mudança
será vetada.
"Nossa proposta é razoável. É
Cabral que está transformando
o pré-sal numa guerra do Rio
contra o resto do país", argumentou o líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg, signatário de duas propostas: uma
que redistribui os repasses de
toda a exploração do petróleo
do país e outra que altera apenas as áreas já licitadas do pré-sal, beneficiando os Estados
não produtores.
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