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Bancos não
terão acesso
a dinheiro do BC
DO COLUNISTA DA FOLHA
O presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles,
anuncia até o fim desta semana as regras para o uso das
reservas para a rolagem das
dívidas externas contraídas
por empresas brasileiras. As
instituições financeiras não
terão direito a usar esses recursos.
O objetivo do BC é aliviar o
caixa das empresas não-financeiras que sofreram com
a valorização do dólar e com
a forte desaceleração da economia e, por isso, estão com
dificuldades de saldar seus
compromissos externos.
O Banco Central calcula
que 4.000 empresas brasileiras que possuem dívida estrangeira serão beneficiadas
com essa medida. O dinheiro
das reservas pode assim ser
usado como capital de giro
das empresas.
As regras para a operação
dessas linhas de crédito não
devem fixar um limite para o
uso das reservas, mas o BC
calcula que esse montante
possa ser superior a US$ 20
bilhões. Essa medida, que já
foi aprovada pelo Conselho
Monetário Nacional, deve
reduzir a pressão sobre as
companhias brasileiras que
enfrentam problemas de restrição do crédito.
Henrique Meirelles também tem dito que essa iniciativa pode ser mais um instrumento de pressão para os
bancos baixarem os seus
"spreads" (a diferença entre
o custo de captação do dinheiro e o juro cobrado dos
clientes).
O que Meirelles tem afirmado é que, com a adoção
dessa medida, diminuem as
justificativas para os bancos
nacionais manterem os
"spreads" tão elevados.
O Banco Central já liberou
parte do compulsório, tem financiado uma parcela das
exportações com as reservas
e, na semana passada, baixou
em um ponto percentual a
taxa básica de juros da economia, de 13,75% para
12,75%, e, mesmo assim, os
"spreads" não caíram.
Para o Banco Central, com
a autorização do uso das reservas para as empresas pagarem suas dívidas no exterior, os bancos não têm mais
como alegar que o excesso de
demanda por crédito é uma
das principais razões para a
elevação dos "spreads".
(GUILHERME BARROS)
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