São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2009

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Bancos não terão acesso
a dinheiro do BC

DO COLUNISTA DA FOLHA

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anuncia até o fim desta semana as regras para o uso das reservas para a rolagem das dívidas externas contraídas por empresas brasileiras. As instituições financeiras não terão direito a usar esses recursos.
O objetivo do BC é aliviar o caixa das empresas não-financeiras que sofreram com a valorização do dólar e com a forte desaceleração da economia e, por isso, estão com dificuldades de saldar seus compromissos externos.
O Banco Central calcula que 4.000 empresas brasileiras que possuem dívida estrangeira serão beneficiadas com essa medida. O dinheiro das reservas pode assim ser usado como capital de giro das empresas.
As regras para a operação dessas linhas de crédito não devem fixar um limite para o uso das reservas, mas o BC calcula que esse montante possa ser superior a US$ 20 bilhões. Essa medida, que já foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional, deve reduzir a pressão sobre as companhias brasileiras que enfrentam problemas de restrição do crédito.
Henrique Meirelles também tem dito que essa iniciativa pode ser mais um instrumento de pressão para os bancos baixarem os seus "spreads" (a diferença entre o custo de captação do dinheiro e o juro cobrado dos clientes).
O que Meirelles tem afirmado é que, com a adoção dessa medida, diminuem as justificativas para os bancos nacionais manterem os "spreads" tão elevados.
O Banco Central já liberou parte do compulsório, tem financiado uma parcela das exportações com as reservas e, na semana passada, baixou em um ponto percentual a taxa básica de juros da economia, de 13,75% para 12,75%, e, mesmo assim, os "spreads" não caíram.
Para o Banco Central, com a autorização do uso das reservas para as empresas pagarem suas dívidas no exterior, os bancos não têm mais como alegar que o excesso de demanda por crédito é uma das principais razões para a elevação dos "spreads". (GUILHERME BARROS)


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