São Paulo, Quarta-feira, 27 de Janeiro de 1999
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Ford mantém demissões e ameaça com novo aumento

MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Loca

A Ford não vai rever os aumentos de preços de até 11% nos seus veículos e afirma ter necessidade de praticar novas altas, disse ontem o presidente da montadora, Ivan Fonseca e Silva.
Segundo ele, ao anunciar reajuste na tabela de preços na semana passada, a montadora levou em conta a desvalorização do câmbio até aquele momento e o aumento de impostos sobre os veículos ocorrido na passagem do ano.
O novo aumento da carga tributária sobre as empresas, a vigorar a partir de fevereiro, e a nova cotação do dólar não foram levados em conta, de acordo com a empresa.
O presidente da Ford participou ontem de uma reunião com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, para discutir as 2.800 demissões ocorridas na fábrica da montadora em São Bernardo.
A Ford manteve as demissões e apenas reforçou a proposta realizada na sexta-feira passada, de aumentar o pacote de benefícios aos demitidos.
Nem mesmo a possibilidade de um acordo do setor automotivo com o governo, prevendo redução de impostos sobre veículos em troca de estabilidade do nível de empregos, anima a montadora.
Ontem, a Força Sindical e a CUT fecharam a proposta emergencial para preservar empregos no setor metalúrgico que será levada ao presidente Fernando Henrique Cardoso amanhã.
Pela proposta, haveria redução do IPI de até 50%, redução de ICMS e manutenção do emprego de três a seis meses, além do recuo das montadoras em aumentar seus preços. Os sindicalistas querem que a Ford fique de fora do acordo se não rever o reajuste e os cortes.


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