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Ford mantém
demissões e ameaça com novo aumento
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Loca
A Ford não vai rever os aumentos
de preços de até 11% nos seus veículos e afirma ter necessidade de
praticar novas altas, disse ontem o
presidente da montadora, Ivan
Fonseca e Silva.
Segundo ele, ao anunciar reajuste na tabela de preços na semana
passada, a montadora levou em
conta a desvalorização do câmbio
até aquele momento e o aumento
de impostos sobre os veículos
ocorrido na passagem do ano.
O novo aumento da carga tributária sobre as empresas, a vigorar a
partir de fevereiro, e a nova cotação do dólar não foram levados em
conta, de acordo com a empresa.
O presidente da Ford participou
ontem de uma reunião com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, para
discutir as 2.800 demissões ocorridas na fábrica da montadora em
São Bernardo.
A Ford manteve as demissões e
apenas reforçou a proposta realizada na sexta-feira passada, de aumentar o pacote de benefícios aos
demitidos.
Nem mesmo a possibilidade de
um acordo do setor automotivo
com o governo, prevendo redução
de impostos sobre veículos em troca de estabilidade do nível de empregos, anima a montadora.
Ontem, a Força Sindical e a CUT
fecharam a proposta emergencial
para preservar empregos no setor
metalúrgico que será levada ao
presidente Fernando Henrique
Cardoso amanhã.
Pela proposta, haveria redução
do IPI de até 50%, redução de
ICMS e manutenção do emprego
de três a seis meses, além do recuo
das montadoras em aumentar seus
preços. Os sindicalistas querem
que a Ford fique de fora do acordo
se não rever o reajuste e os cortes.
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