|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MUNDO VIRTUAL
Empresas devem buscar novas fontes de receita
Apenas publicidade não garante
retorno na Internet, diz mercado
MARCELO BILLI
da Reportagem Local
Negócios na Internet não sobrevivem apenas com publicidade.
Os provedores precisarão encontrar novas fontes de receita para
se tornarem viáveis economicamente e passarem a obter lucro.
Especialistas, publicitários e
mesmo quem investe nos negócios virtuais concordam: os investimentos em publicidade vão
crescer muito, mas não o bastante
para garantir receita suficiente
para todos.
A Forrester Research, empresa
norte-americana especializada
em pesquisas na rede, estima que,
em 2001, os gastos em publicidade na Internet cheguem a US$ 145
milhões no Brasil. O crescimento
é vertiginoso: em 1998 esses gastos foram de US$ 15 milhões.
No entanto, mesmo que a estimativa se concretize, aquele montante só é pouco maior que os investimentos de US$ 120 milhões
dos grupos Opportunity e Garantia no iG, um dos primeiros provedores de acesso gratuito. Hoje
existem mais oito provedores que
oferecem o acesso grátis.
Por enquanto, as verbas destinadas à Internet representam cerca de 1% do total investido em publicidade no Brasil.
O número de empresas que brigam por esse pequeno bolo é
grande. A AMI (Associação de
Mídia Interativa), entidade que
congrega empresas do setor, surgiu em 1996 com sete associados.
Hoje, são 43 e a previsão é que
cheguem a 100 até o final do ano.
Para Antonio Rosa Neto, presidente da AMI, o acesso gratuito
obriga os sites a buscar recursos.
Mas ele concorda que só verbas
de publicidade não garantem a
rentabilidade dos negócios.
Aleksander Mandic, do iG, admite que não é a publicidade que
sustentará o novo negócio. Ele
aposta no comércio eletrônico como grande fonte de receita.
Ainda assim, Mandic não acredita que haverá espaço para todos. "Somente quem tem capital
para suportar um período razoável de prejuízos fica", avalia.
Pyr Marcondes, diretor-geral da
Starmedia no Brasil, também
concorda que apenas algumas
empresas resistirão. "Permanecerá apenas quem tiver uma boa base de capital", afirma.
A disputa promete ser quente.
Os dois maiores provedores do
país, o Universo Online (UOL) e o
Terra/ZAZ, também já lançaram
seus serviços de acesso gratuito. O
UOL já anunciou ter mais de 830
mil usuários cadastrados.
O único consenso a respeito do
que será o mercado de Internet no
Brasil nos próximos anos é o de
que as empresas passarão por
uma forte seleção natural.
Luis Grottera, da agência de publicidade Grottera.com, acredita
que haverá concentração. Na sua
avaliação, a Internet seguirá os
passos de veículos como a TV.
"Haverá veículos que concentrarão a maior parte dos anúncios, como acontece hoje com as
redes de TV e com alguns jornais
e revistas", afirma.
Ele cita o exemplo dos Estados
Unidos, onde os cinco maiores sites ficam com 90% das verbas de
publicidade.
Texto Anterior: Valorização leva a estímulo de roubos Próximo Texto: Diplomacia: Brasil quer diálogo para "relançar" Mercosul Índice
|