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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Preço do botijão aumentaria 6,4%, mas gasolina cairia 0,75%

Agora, BC prevê alta para o gás e queda para a gasolina

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central aumentou sua projeção para o reajuste esperado para o gás de cozinha neste ano. Até o mês passado, projetava-se uma queda de 1,6% no preço do produto. Agora, é esperado aumento de 6,4%.
No caso da gasolina, a projeção é de aumento de 8% ao longo de todo o ano de 2003. Como no mês passado já houve reajuste médio de 8,82%, segundo o BC, a expectativa é que, daqui para a frente, os preços possam cair cerca de 0,75%.
As informações constam da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), realizada na semana passada. Na ocasião, os juros básicos da economia foram elevados em um ponto percentual, chegando a 26,5% ao ano.
No geral, o conjunto de preços administrados (que incluem os combustíveis) deve ser o principal fator de pressão sobre a inflação deste ano. O BC espera que esse grupo tenha reajuste médio de 15,9%, contra 14% esperados no mês passado.
Esse conjunto de reajuste de preços deve ter impacto de aproximadamente 4,7 pontos percentuais na inflação deste ano. A meta do BC é manter a alta dos preços em 8,5%, o que, segundo a ata do Copom, não iria ocorrer sem o aumento dos juros decidido na semana passada.
Mas o governo já acertou com o FMI um novo aumento nos limites de tolerância para a inflação deste ano. O teto deverá superar 10%.

Redução
Desde o ano passado, os preços dos combustíveis acompanham de perto a variação da cotação internacional do petróleo. Com a ameaça de guerra entre Estados Unidos e Iraque, essa cotação tem registrado fortes altas.
Neste ano, o gás de cozinha ainda não sofreu nenhum reajuste, o que indica que o aumento de 6,4% esperado pelo BC ainda deva ocorrer nos próximos meses. Já no caso da gasolina, o BC mostra não estar esperando grandes aumentos adicionais.
Segundo levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 11 capitais, o reajuste médio no preço da gasolina em janeiro foi de 8,82%.
Se a projeção do Banco Central se confirmar e o aumento acumulado ao longo de todo o ano ficar em 8%, deverá ocorrer, necessariamente, uma redução nos preços nos próximos meses.
Já em relação às tarifas de energia elétrica, o Banco Central reduziu sua projeção para os reajustes deste ano. Agora, é esperado um aumento médio de 27,1%, contra 30,3% dos cálculos feitos no mês passado.
Na semana passada, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu limitar o repasse para o consumidor do aumento provocado pela revisão no valor das tarifas de energia elétrica.
De quatro em quatro anos, a Aneel permite a revisão dos contratos e dos índices de correção de tarifas do setor. Para evitar excessivas altas, a agência resolveu limitar o reajuste ao índice que seria concedido normalmente se não houvesse a revisão tarifária. Ainda assim, os aumentos a serem autorizados devem ficar próximos de 30%.


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