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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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Inflação em SP cai em ritmo lento

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação continua em queda em São Paulo, mas em ritmo menor do que o esperado. Dois novos fatores de pressão impediram uma redução maior da taxa, segundo a mais recente pesquisa de preços divulgada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Transportes públicos e educação, líderes inflacionários de janeiro, começam a perder força neste mês. Alimentos e vestuário, pressões não esperadas, no entanto, sustentaram as taxas. Nos últimos 30 dias terminados em 21 de fevereiro, os alimentos subiram 1,75% e interromperam a tendência de queda iniciada no final de 2002. Já o setor de vestuário interrompeu um período de quedas nominais de preços e subiu 0,62% nos últimos 30 dias.
A alta de preços nesses dois setores segurou a taxa de inflação do período em 1,83%, impedindo o recuo para 1,50%, como previa Heron do Carmo, coordenador do IPC da Fipe.
A queda mais lenta da taxa fez o economista da Fipe rever as projeções deste mês para 1,50% (a previsão anterior era de 1%). Se for confirmada a nova taxa deste mês, o acumulado do primeiro bimestre sobe para 3,72%, mais da metade da taxa de 7% prevista pela Fipe para o ano todo. Heron considera a estimativa de 7% muito otimista e deverá alterá-la na próxima divulgação do índice.
No grupo dos alimentos, ao contrário dos anos anteriores, os produtos "in natura" continuam com fortes acelerações de preços neste mês. Na comparação dos preços da terceira semana deste mês com os do mesmo período de janeiro, o tomate subiu 30%, a cenoura, 26%, a abobrinha, 25%, a vagem, 18%, e a alface, 16%.
Já os alimentos industrializados, após a forte aceleração de preços no final de 2002, continuam com pressões menores. O mesmo ocorre com os produtos semi-elaborados (cereais), que caem de preços devido à entrada de produto novo no mercado com a chegada da safra de verão.
Heron acredita na redução da taxa a partir de março. É o que mostra a variação do núcleo da inflação, diz ele. Transportes e educação vão deixar de pressionar o índice, e os alimentos estão em alta devido a fatores sazonais.


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