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Inflação em SP cai em ritmo lento
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A taxa de inflação continua em
queda em São Paulo, mas em ritmo menor do que o esperado.
Dois novos fatores de pressão impediram uma redução maior da
taxa, segundo a mais recente pesquisa de preços divulgada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Transportes públicos e educação, líderes inflacionários de janeiro, começam a perder força
neste mês. Alimentos e vestuário,
pressões não esperadas, no entanto, sustentaram as taxas. Nos últimos 30 dias terminados em 21 de
fevereiro, os alimentos subiram
1,75% e interromperam a tendência de queda iniciada no final de
2002. Já o setor de vestuário interrompeu um período de quedas
nominais de preços e subiu 0,62%
nos últimos 30 dias.
A alta de preços nesses dois setores segurou a taxa de inflação
do período em 1,83%, impedindo
o recuo para 1,50%, como previa
Heron do Carmo, coordenador
do IPC da Fipe.
A queda mais lenta da taxa fez o
economista da Fipe rever as projeções deste mês para 1,50% (a
previsão anterior era de 1%). Se
for confirmada a nova taxa deste
mês, o acumulado do primeiro bimestre sobe para 3,72%, mais da
metade da taxa de 7% prevista pela Fipe para o ano todo. Heron
considera a estimativa de 7%
muito otimista e deverá alterá-la
na próxima divulgação do índice.
No grupo dos alimentos, ao
contrário dos anos anteriores, os
produtos "in natura" continuam
com fortes acelerações de preços
neste mês. Na comparação dos
preços da terceira semana deste
mês com os do mesmo período de
janeiro, o tomate subiu 30%, a cenoura, 26%, a abobrinha, 25%, a
vagem, 18%, e a alface, 16%.
Já os alimentos industrializados, após a forte aceleração de
preços no final de 2002, continuam com pressões menores. O
mesmo ocorre com os produtos
semi-elaborados (cereais), que
caem de preços devido à entrada
de produto novo no mercado
com a chegada da safra de verão.
Heron acredita na redução da
taxa a partir de março. É o que
mostra a variação do núcleo da
inflação, diz ele. Transportes e
educação vão deixar de pressionar o índice, e os alimentos estão
em alta devido a fatores sazonais.
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