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Compulsório omisso
gera novas incertezas
DA REPORTAGEM LOCAL
A ata da reunião do Copom colocou mais lenha na fogueira das
incertezas do mercado em relação
aos rumos da política monetária
do Banco Central do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
A informação mais esperada
por especialistas era a razão que
levou à elevação do percentual de
recolhimento compulsório dos
depósitos à vista dos bancos de
45% para 60% na semana passada. Mas a explicação simplesmente não constava da ata. Havia apenas uma breve referência à medida.
Essa omissão fez aumentarem
as desconfianças do mercado de
que o BC teria elevado o compulsório para que o governo não tivesse de arcar com o custo político de subir a taxa Selic em mais de
um ponto percentual.
Economistas e diretores de bancos ouvidos pela Folha dizem temer que a falta de referência detalhada sobre a decisão de se elevar
o compulsório signifique que não
há outro instrumento de política
monetária disponível para combater a alta dos preços agora.
Eficiente e limitado
Embora seja arma eficiente no
combate à inflação, o aumento do
compulsório-que retira dos
bancos recursos para empréstimos e operações cambiais-é
considerado um instrumento limitado em comparação à alta da
Selic.
O grande risco que o BC pode
enfrentar agora é que o mercado
comece a duvidar de sua autonomia para combater a inflação. Isso
poderá contribuir para que as expectativas continuem em alta, minando ainda mais a eficácia do regime de metas inflacionárias.
(ÉRICA FRAGA)
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