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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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Compulsório omisso gera novas incertezas

DA REPORTAGEM LOCAL

A ata da reunião do Copom colocou mais lenha na fogueira das incertezas do mercado em relação aos rumos da política monetária do Banco Central do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A informação mais esperada por especialistas era a razão que levou à elevação do percentual de recolhimento compulsório dos depósitos à vista dos bancos de 45% para 60% na semana passada. Mas a explicação simplesmente não constava da ata. Havia apenas uma breve referência à medida.
Essa omissão fez aumentarem as desconfianças do mercado de que o BC teria elevado o compulsório para que o governo não tivesse de arcar com o custo político de subir a taxa Selic em mais de um ponto percentual.
Economistas e diretores de bancos ouvidos pela Folha dizem temer que a falta de referência detalhada sobre a decisão de se elevar o compulsório signifique que não há outro instrumento de política monetária disponível para combater a alta dos preços agora.

Eficiente e limitado
Embora seja arma eficiente no combate à inflação, o aumento do compulsório-que retira dos bancos recursos para empréstimos e operações cambiais-é considerado um instrumento limitado em comparação à alta da Selic.
O grande risco que o BC pode enfrentar agora é que o mercado comece a duvidar de sua autonomia para combater a inflação. Isso poderá contribuir para que as expectativas continuem em alta, minando ainda mais a eficácia do regime de metas inflacionárias.
(ÉRICA FRAGA)


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