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ANO DO DRAGÃO
Para o acumulado em 12 meses até setembro, o teto será superior a 10%, segundo o secretário do Tesouro
Governo acerta inflação de 10% com o FMI
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo acertou com o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
novo aumento dos limites de tolerância da inflação fixados no
acordo com a instituição, disse
ontem o secretário do Tesouro
Nacional, Joaquim Levy. A medida faz parte da revisão do acordo
no ano passado.
Ele não informou quais serão as
novas bandas para a inflação.
Mas, para o acumulado em 12 meses a serem encerrados em setembro, o teto será superior a 10%.
Levy afirmou também que todos
os parâmetros estruturais (como
uma solução para a redução da
alíquota da CPMF a partir de 2004
e uma menor vinculação das receitas federais) foram retirados
do acordo.
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) já dissera anteriormente que o governo queria enxugar o acordo, deixando apenas
os critérios de desempenho.
"O acordo antigo tinha tantas
referências a parâmetros estruturais que parecia uma árvore de
Natal", disse Levy. Ele afirmou
que serão mantidas no acordo somente as metas básicas, "que seriam cumpridas mesmo".
São os casos, por exemplo, da
nova meta de superávit primário
(economia de receitas para o pagamento de juros da dívida)
-que o governo elevou no mês
passado de 3,75% do PIB (Produto Interno Bruto) para 4,25%- e
do piso para as reservas internacionais do país. Levy não disse se
o piso (de US$ 5 bilhões) seria revisado ou não.
Ele informou que as novas bandas de inflação serão compatíveis
com a meta ajustada -medida
pelo IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo)- para este
ano, de 8,5%.
Novas metas
Em dezembro passado, o governo já havia negociado com o FMI
o aumento das metas trimestrais
de inflação previstas no acordo. O
limite superior da meta de setembro (no acumulado em 12 meses)
havia sido elevado para 9,5%. Isso
quando a meta oficial perseguida
pelo BC em 2003 era de 6,5%.
No mês passado, Palocci e o
presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, anunciaram
a elevação da meta oficial para
8,5%. Se a correção da banda larga prevista no acordo com o Fundo seguir o mesmo aumento em
pontos percentuais, o teto em 12
meses até setembro será de 11,5%.
Mesmo tendo retirado parâmetros previstos no acordo, Levy
disse que o governo tem uma
perspectiva muito mais ampla das
reformas "do que o FMI poderia
ter pensado".
O secretário negou que tenha
havido desentendimentos entre o
ministro da Previdência, Ricardo
Berzoini, e os técnicos do Fundo.
Berzoini se recusou a receber a
missão do FMI.
Apesar de ter dito que não houve confusão entre o ministro e a
missão, Levy usou a mesma explicação dada por Berzoini -para
não receber os técnicos- para
justificar por que as reformas (da
Previdência e tributária) não seriam incluídas no acordo como
metas. "As reformas são um compromisso do governo com a sociedade", disse ele.
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