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Superávit de janeiro faz 36,7% do previsto até abril
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A economia de receitas no primeiro mês de trabalho do governo Luiz Inácio Lula da Silva atingiu 36,7% da meta fixada para os
primeiros quatro meses do ano.
Em janeiro, R$ 6,9 bilhões foram
poupados para pagamento de juros.
O resultado mensal é o melhor
desde janeiro de 1997, mas a comparação não leva em conta a variação da inflação no período.
Resultados
Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, para
atingir um superávit primário
(economia de receitas para pagamento de juros) de R$ 39,1 bilhões
neste ano, o governo central (Tesouro, Previdência Social e Banco
Central) deverá atingir um resultado parcial de, no mínimo,
R$ 18,8 bilhões até abril.
O resultado do governo central
somado aos lucros das empresas
estatais e aos resultados de Estados e municípios compõe a meta
de superávit de R$ 68 bilhões
acertada com o Fundo Monetário
Internacional para 2003.
Receitas extraordinárias
Em janeiro, em relação ao Produto Interno Bruto mensal, o superávit foi de 5,74%. Em janeiro
de 2001, havia sido de 5,92%. Levy
explicou que em 2002 as receitas
extraordinárias foram de R$ 4,3
bilhões, enquanto que no mês
passado elas foram de R$ 2,8 bilhões.
Cofins
Para o Tesouro, também houve
uma arrecadação atípica de
R$ 953,4 milhões da Cofins (Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social) em janeiro.
Na Receita Federal, os técnicos
disseram que o valor é compatível
com o faturamento das empresas
em dezembro.
O contingenciamento de despesas aplicado no início do ano resultou em economia de R$ 218,7
milhões nos gastos com custeio e
investimentos em relação ao mesmo mês do ano passado.
"A gente segurou"
"A gente segurou [os gastos]
mais ou menos. Tivemos muitas
despesas extras", disse Levy. Ele
disse que o Tesouro teve de gastar
R$ 369 milhões com repasses aos
Estados por conta da medida provisória que permitiu a transferência de rodovias federais para esses
governos.
Os Estados também receberam
R$ 336 milhões por causa de uma
complementação da Lei Kandir
(retirada de imposto estadual incidente sobre exportações) acertada no ano passado. Neste mês
será repassada mais uma parcela
desse complemento.
Em janeiro, a dívida líquida (débitos menos créditos) do Tesouro
aumentou R$ 2,5 bilhões em relação a dezembro, atingindo
R$ 336,6 bilhões.
Houve um aumento da dívida
em mercado, mas os créditos do
governo com Estados e municípios vêm subindo rápido porque
são corrigidos pelo Índice Geral
de Preços do Mercado.
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