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Brasileiros batem recorde de aquisições
MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar da crise econômica nos Estados Unidos,
o número de fusões e aquisições de empresas no
Brasil alcançou 150 operações nos primeiros três
meses do ano, um recorde
histórico para o período,
segundo uma pesquisa da
KPMG Consultoria. As
empresas brasileiras impulsionaram o resultado,
com 113 aquisições domésticas e no exterior, o
dobro em relação ao primeiro trimestre de 2007.
Segundo o sócio da
KPMG Luís Motta, um dos
motivos para o fôlego dos
brasileiros por fusões e
aquisições é a obtenção de
recursos com a abertura
de capital em Bolsa. Das
113 operações do trimestre, 51 foram realizadas
por empresas que fizeram
o IPO (oferta inicial de
ações) em 2007.
Luiz Felipe Alves, sócio
da consultoria Cypress Associates, concorda. Segundo ele, 15% a 20% das empresas brasileiras que
abriram o capital em 2007
se comprometeram com
os acionistas a investir em
expansão de ativos. "Isso
significa que há mais de R$
7 bilhões disponíveis para
fusões e aquisições, que
estão sendo gastos agora."
Reflexos da crise
O total de transações de
compra de empresas brasileiras por estrangeiras
caiu de 57 para 37 no primeiro trimestre de 2008,
segundo a pesquisa. O país
que mais atrofiou as aquisições foi os Estados Unidos, que reduziu de 24 para 12 negócios no período.
Motta atribui a retração
à crise econômica americana, que criou uma maior
aversão ao risco e afetou os
investimentos nos países
desenvolvidos. "Os estrangeiros puseram o pé no
freio, mas os brasileiros
estão compensando."
Para Carlos Parizotto,
outro sócio da Cypress, o
momento pode ser oportuno para os brasileiros
comprarem empresas por
um preço menor.
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