São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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Brasileiros batem recorde de aquisições

MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar da crise econômica nos Estados Unidos, o número de fusões e aquisições de empresas no Brasil alcançou 150 operações nos primeiros três meses do ano, um recorde histórico para o período, segundo uma pesquisa da KPMG Consultoria. As empresas brasileiras impulsionaram o resultado, com 113 aquisições domésticas e no exterior, o dobro em relação ao primeiro trimestre de 2007.
Segundo o sócio da KPMG Luís Motta, um dos motivos para o fôlego dos brasileiros por fusões e aquisições é a obtenção de recursos com a abertura de capital em Bolsa. Das 113 operações do trimestre, 51 foram realizadas por empresas que fizeram o IPO (oferta inicial de ações) em 2007.
Luiz Felipe Alves, sócio da consultoria Cypress Associates, concorda. Segundo ele, 15% a 20% das empresas brasileiras que abriram o capital em 2007 se comprometeram com os acionistas a investir em expansão de ativos. "Isso significa que há mais de R$ 7 bilhões disponíveis para fusões e aquisições, que estão sendo gastos agora."

Reflexos da crise
O total de transações de compra de empresas brasileiras por estrangeiras caiu de 57 para 37 no primeiro trimestre de 2008, segundo a pesquisa. O país que mais atrofiou as aquisições foi os Estados Unidos, que reduziu de 24 para 12 negócios no período.
Motta atribui a retração à crise econômica americana, que criou uma maior aversão ao risco e afetou os investimentos nos países desenvolvidos. "Os estrangeiros puseram o pé no freio, mas os brasileiros estão compensando."
Para Carlos Parizotto, outro sócio da Cypress, o momento pode ser oportuno para os brasileiros comprarem empresas por um preço menor.


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