São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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Donos de ações terão de trocar papéis

DA REPORTAGEM LOCAL

Com a fusão das Bolsas, o investidor que tem ações da BM&F deverá trocar cada um de seus papéis por um da Nova Bolsa. Já para cada ação da Bovespa, o investidor deverá receber aproximadamente 1,4248 papel novo e mais R$ 1,7153 em dinheiro. Isso porque o número de ações que compõe o capital de cada uma das Bolsas é diferente, assim como seu valor de mercado.
Ontem, após o detalhamento do negócio, as ações da Bovespa Holding subiram 5,63% e fecharam a R$ 26,25, 14,13% acima do valor na emissão ordinária, em outubro de 2007. Já os papéis da BM&F, que desembolsará recursos na operação, caíram 1,67% e terminaram a R$ 16,52, com queda de 17,4% ante o valor no lançamento, em novembro passado.
Os investidores no mercado brasileiro devem esperar uma redução no custo das transações -até 2010, segundo cálculos das Bolsas, as sinergias proporcionarão economia de 25% com gastos operacionais- e maior variedade de produtos à sua disposição.
As corretoras terão mais facilidade para oferecer produtos correlatos, como transações com ações no mercado à vista -que hoje está na Bovespa- e operações para travar eventuais perdas por meio do Ibovespa futuro, cujos contratos estão na BM&F.
O mesmo deve acontecer com alguns papéis que começam a ganhar mais peso entre os negócios na Bovespa e que poderão ter abertas negociações de novas opções de ação. Hoje, as opções de ação mais populares são dos papéis da Vale e da Petrobras, os mais negociados.
"O futuro da capitalização das nossas empresas está nessa Bolsa, não em dinheiro emprestado em banco", diz Eduardo da Rocha Azevedo.
O acordo da BM&F com o CME Group -dono das duas Bolsas de Chicago- também poderá ser estendido para a Bovespa, o que permitiria levar o acesso às ações brasileiras a investidores em todo o mundo.
"Como a BM&F é mais nova e moderna em termos de gestão, deve predominar na Nova Bolsa. É como se a Bovespa fosse o avô e a BM&F, o neto. Junta a experiência com a juventude. É uma combinação interessante, em que um e um é igual a três", disse Ricardo Humberto Rocha, professor do Ibmec-SP.
Os analistas do mercado financeiro aprovaram a estrutura do negócio. Ainda faltam detalhes sobre a proporção de troca das ações existentes pelas novas; no entanto, é certo que não haverá destruição de valor, comenta um economista que prefere não se identificar. (DG e TS)


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