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OUTRO LADO
Para advogado, não há base legal para investigação
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Domingos Refinetti, defensor da Telefônica,
disse que o delegado Maurício
Del Trono Grosch não tem
competência legal para investigar os eventuais crimes de formação de cartel, contra a ordem econômica, contra a ordem fiscal e contra a organização do trabalho.
Para Refinetti, a investigação
deveria estar na esfera federal, e
não na estadual. Ele refutou os
indícios que levaram a polícia a
abrir o novo inquérito. Segundo ele, a Polícia Civil não pode
investigar formação de cartel
porque há duas representações
sobre o assunto na SDE (Secretaria de Direito Econômico).
A suspeita, para ele, não tem
sentido: "Não há cartel, o que
há é uma competição feroz entre as três operadoras.
As cláusulas para proteger os
interesses na Telefônica no
acordo de acionistas feito pelas
três operadoras são uma prova
dessa competição, segundo ele.
A investigação de eventual
crime contra a ordem tributária é matéria de delegacia especializada, não de um delegado
de seccional, afirma Refinetti.
A apuração de crime sobre
organização de trabalho também não poderia ser feita na esfera estadual, já que o Ministério Público do Trabalho é órgão federal.
Composição societária de
empresa, de acordo com o advogado, não tem nada a ver
com organização de trabalho.
"Preferir sócios pode não ser
uma questão eticamente aceita,
mas não é crime", defende.
A Telefônica também não reconhece a "lisura e a parcialidade" do delegado que está conduzindo o caso, diz Refinetti.
A empresa já apresentou
duas representações visando
afastá-lo da investigação, mas
não obteve sucesso.
"O delegado é parcial e divulgou documentos que estão sob
segredo de justiça."
A reportagem da Folha tentou falar até as 23h de ontem
com José Carlos Dias, advogado da Cobra da Espanha, mas
não obteve resposta.
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