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Consórcio promete surpresa para
ganhar a disputa na Corte de NY
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O consórcio formado pelas empresas de telefonia fixa (Telemar,
Brasil Telecom e Telefônica) pretende inverter o clima negativo
que vive no Brasil e apresentar algumas surpresas hoje, durante a
audiência na Corte de Falências
de Nova York para decidir quem
será o novo dono da Embratel. As
fixas disputam com a Telmex, do
megaempresário mexicano Carlos Slim, a compra da Embratel.
A decisão será tomada pela Justiça dos EUA porque a venda da
Embratel foi proposta como uma
das ações para saldar dívidas durante o processo de concordata da
MCI, controladora da brasileira.
A disputa pela Embratel levou a
um leilão de ofertas das duas partes. A proposta mais recente da
Telmex está em US$ 400 milhões.
A da Calais, em US$ 550 milhões,
com uma parcela de US$ 470 milhões não-reembolsável.
Nos últimos dias, a Folha apurou que as fixas conseguiram algumas adesões importantes à
proposta delas de aquisição da
Embratel. Entre elas, a de três
grandes credores da MCI e de alguns importantes consultores,
como Gesner Oliveira, ex-presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e
colunista da Folha.
Oliveira, que já está em Nova
York, deve defender a tese de que
a proposta do consórcio formado
pelas fixas para a compra da Embratel não fere as leis brasileiras.
Ao ter escolhido a proposta da
Telmex há cerca de um mês, a
MCI argumentou que a proposta
das fixas contraria o princípio da
concorrência e desrespeita a regulamentação do setor.
O consórcio das fixas também
está municiado de uma farta documentação para mostrar por
que a proposta não fere a resolução 101 da Anatel, que regula a
transferência de controle das empresas de telefonia.
Num dos documentos a que a
Folha teve acesso, o consórcio garante que a Calais, a sociedade da
que está à frente da proposta de
compra da Embratel, é controlada
pela Geodex. De acordo com o
trabalho, a Geodex tem a totalidade das ações com direito a voto.
A Telmex é a grande favorita na
disputa para a compra da Embratel. Além de sua proposta ter sido
a escolhida pela MCI, Slim é também o maior credor da empresa
norte-americana. Por isso mesmo, sua opinião tem peso significativo no comitê de credores.
Os executivos da Embratel também defendem a proposta da Telmex. A tele brasileira divulgou recentemente um trabalho com oito
pareceres que apontam a ilegalidade da venda da empresa para o
consórcio das fixas.
Já as fixas contam com pareceres que incluem o ex-presidente
da Anatel Renato Guerreiro e o jurista José Luiz Bulhões Pedreira.
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