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Petróleo e pessimismo sobre os EUA derrubam mercados
Bolsa de NY recua 3% e fecha no pior nível em 21 meses; Bovespa perde 2,89%
Goldman Sachs recomenda
venda de ações do Citigroup
e da GM e afeta papéis do
setor financeiro; Bolsas
também caem na Europa
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Perdas expressivas marcaram as operações nas Bolsas de
Valores pelo mundo. A Bovespa
encerrou com baixa de 2,89% e
quase zerou seus ganhos em
2008, que agora são de apenas
0,10%. A Bolsa de Valores de
São Paulo fechou a 63.946 pontos, seu mais baixo nível desde
o fim de abril.
No mercado norte-americano, epicentro das turbulências
financeiras desde o ano passado, os pregões foram muito decepcionantes. A Bolsa eletrônica Nasdaq, dos papéis de companhias tecnológicas, teve queda de 3,33% ontem.
O índice Dow Jones, que viu
as 30 ações que o compõem caírem, fechou com baixa de
3,03% e recuou a seu menor nível em 21 meses.
Na Europa, o dia não foi melhor, com os mercados acionários recuando a seu pior patamar desde 2005. A Bolsa de
Londres terminou suas operações com desvalorização de
2,61%; Frankfurt caiu 2,39%.
Os EUA divulgaram que seu
PIB cresceu a uma taxa anual
de 1% no primeiro trimestre,
número melhor que o projetado antes. Mas o mercado não se
sensibilizou com o dado.
O dia começou ruim nos
mercados com o Goldman
Sachs se mostrando pessimista
em relação ao setor bancário e
recomendando a seus investidores a venda de ações do Citigroup e da General Motors -o
resultado foi a queda de 10,77%
para as ações da GM.
No setor bancário, os papéis
do Merrill Lynch perderam
6,80%, seguidos por Bank of
America, com baixa de 6,76%, e
Citigroup (-6,26%).
A retomada da escalada do
petróleo aprofundou o mau desempenho do mercado. O barril
de petróleo rompeu a barreira
de US$ 140 durante as operações, para fechar negociado a
US$ 139,64, em alta de 3,78%.
Em Londres, houve apreciação
de 4,09% no produto.
O mês tem sido consideravelmente negativo para os mercados acionários. A Bovespa, que
em vários momentos se destacou como uma das Bolsas de
melhor desempenho no ano,
sofre com perdas de 11,91% em
junho. O Dow Jones está com
queda de 9,38% no mês; a Bolsa
de Londres tem baixa mensal
de 8,84%.
"Acredito que a cautela e a
volatilidade vão permear o ambiente de negócios nos mercados mundiais ainda por algum
tempo, já que as pressões dos
preços de energia e do petróleo
devem prosseguir e o dólar deve se manter enfraquecido", diz
Miriam Tavares, diretora de
câmbio da corretora AGK.
Operadores de corretoras
afirmaram ter observado ontem pesadas saídas de capital
externo da Bovespa. Até o dia
24, os estrangeiros mais tinham vendido que comprado
ações brasileiras no montante
de R$ 7,4 bilhões, um dos piores saldos da história.
Ações depreciadas
Apenas 4 das 66 ações que
formam o índice Ibovespa escaparam de fechar em baixa no
pregão de ontem.
O movimento de venda de
ações brasileiras não tem poupado nem as empresas altamente lucrativas e boas pagadoras de dividendos, como as do setor bancário. Entre os
maiores do setor, ontem houve
queda de 5,49% para Itaú PN,
de 4,04% para Unibanco UNT e
de 3,88% nas ações preferenciais do Bradesco.
As ações de maior peso na
composição do índice Ibovespa, o principal da Bolsa paulista, tiveram resultados distintos. Com a alta do petróleo no
exterior, que costuma ser um
fator favorável, as ações da Petrobras registraram alta de
0,20% (ON) e recuo moderado
de 0,11% (PN).
No caso dos papéis da Vale, as
perdas foram pesadas, em consonância com o pregão negativo. A ação preferencial "A" da
Vale caiu 4,97%, e a ordinária
perdeu 3,54%.
O mercado de câmbio também não resistiu ao dia negativo. Assim, o dólar conseguiu se
recuperar um pouco em relação ao real, indo a R$ 1,602, em
alta de 0,63%.
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