São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2008

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Declarações da Opep levam barril a encostar em US$ 140

Presidente do cartel afirma que preço deve ficar entre US$ 150 e US$ 170 até setembro

Declaração da Líbia de que pode diminuir a sua produção colabora para o aumento, além da previsão de que Fed vá demorar a elevar os juros

DA REDAÇÃO

O preço do barril de petróleo chegou a ultrapassar os US$ 140, depois que o presidente do cartel mundial do produto disse que a cotação poderá chegar a US$ 170 nos próximos meses. O valor do produto chegou a recuar no fim do pregão, para a casa dos US$ 139, mas atingiu o seu maior preço histórico.
O presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo, cartel responsável por cerca de 40% da produção mundial), o argelino Chakib Khelil, disse que acredita que o barril valerá de US$ 150 a US$ 170 até setembro e que o preço deverá recuar no final do ano. Segundo o dirigente, a cotação não deverá chegar a US$ 200.
Em Londres, o produto chegou a valer US$ 140,56, mas terminou o pregão cotado a US$ 139,83, alta de 5,64% em relação ao dia anterior. Na Bolsa de Nova York, o barril se valorizou em 3,78%, cotado a US$ 139,64 no final do pregão -durante o dia, chegou a ser negociado a US$ 140,05.
Além das previsões do dirigente da Opep, colaboraram para o dia de valorização do combustível as declarações do presidente da companhia petrolífera da Líbia -membro do cartel ao lado, entre outros, da Arábia Saudita, do Irã e da Venezuela- de que o país poderá diminuir a sua produção porque o mercado está bem abastecido de petróleo.
Outro fator apontado por analistas foi que há consenso crescente no mercado de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) poderá só no final do ano elevar a taxa de juros básica americana. O ciclo de cortes que durou de setembro do ano passado até abril deste ano é citado como um dos motivos para a desvalorização do dólar em relação às principais moedas mundiais, o que ajudou no aumento dos preços do petróleo.
Na reunião de anteontem, o Fed encerrou o ciclo de sete cortes consecutivos, que levou a taxa de juros de 5,25% para 2%, no seu menor nível desde o final de 2004. Os preços de energia foram apontados pelo BC norte-americano como uma das suas grandes preocupações, principalmente pelo impacto na inflação, que subiu 0,6% no mês passado.
O preço de energia também foi citado no documento divulgado após a reunião do Fed como um dos fatores que devem ter impacto negativo no crescimento da economia americana nos próximos trimestres, ao lado do aperto no crédito e da contração no setor imobiliário.


Com agências internacionais

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