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Em Cannes, publicitários apoiam ação contra aquecimento global
Campanha pretende pressionar líderes pela redução de emissões de carbono
CRISTIANE BARBIERI
ENVIADA ESPECIAL A CANNES
Juntar o poder da comunicação e a criatividade dos principais publicitários e anunciantes do mundo para pressionar
os líderes globais. Essa foi a
proposta feita ontem pelo Nobel da Paz Kofi Annan, pelo
músico Bob Geldof e por outras
personalidades no lançamento
da campanha "tck tck tck Tempo de Justiça para o Clima", no
Festival Internacional de Publicidade de Cannes.
A campanha visa criar um
movimento global para que sejam tomadas medidas eficientes para a redução da emissão
de carbono e do aquecimento
global, durante a reunião que
substituirá o Protocolo de Kyoto, a ser realizada em Copenhague, em dezembro.
"Vocês são as pessoas que influenciam outras pessoas a tomar decisões de consumo, a
mudar de um produto para o
outro", afirmou Annan.
Além de contar com sugestões dos próprios publicitários,
a campanha envolve diversas
iniciativas. Numa delas, agências e empresas poderão colocar em seus próprios anúncios
o logotipo da campanha. Gratuito, está disponível na página
da internet timeforclimate
justice.org. A BrasilPrev pediu
à sua agência para usá-lo na
campanha que será lançada domingo.
Quem quiser participar do
movimento poderá baixar a
canção "Beds Are Burning",
reescrita pela banda Midnight
Oil para a campanha. Nos moldes de "We Are the World", do
movimento USA for Africa, a
música está sendo regravada
por vários artistas e estará disponível em setembro, no mesmo site. Cada download contará como uma assinatura, numa
petição digital pelo tema.
Também há a possibilidade
de gravar o tique-taque do relógio, que a campanha tenta reproduzir com o "tck tck tck",
no site. A ideia é mostrar que o
tempo que as pessoas têm para
mudar a situação de risco é curto. Há ainda braceletes e cordões, vendidos como forma de
apoio ao movimento.
"Existe uma grande relação
entre os países desenvolvidos e
o aumento da pobreza causada
pelas mudanças climáticas",
afirmou Geldof, que lamentou
a morte de Michael Jackson,
coautor de "We Are the World"
com Quincy Jones. "Corremos
o sério risco de ver a raça humana desaparecer, Mais importante do que gastar trilhões
com a crise financeira é voltar
todos os esforços para evitar
catástrofes como as que já estamos vivendo."
Geldof descreveu tragédias
que ocorrem na África, onde
continua trabalhando. Lembrou que Cannes nem qualquer
outro lugar do mundo se salvará com o aumento da temperatura e uma desertificação global. Ao lado de Annan, Geldof
foi longamente ovacionado.
Publicitários e clientes pareciam ter gostado da ideia de colocar o movimento em suas
campanhas. Entre as empresas
que já o adotaram, estão o banco HSBC e a francesa EDF.
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