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Elevação dos
juros pode não
conter inflação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ainda faltam mais de três
meses para o início de 2005, e
mais de 40% da meta de inflação para o próximo ano, 5,1%,
já está comprometida, segundo
dados da consultoria Global
Invest. E os juros mais elevados
praticados pelo Banco Central
não irão modificar significativamente esse quadro.
"Apenas o impacto do aumentos das tarifas públicas na
inflação será de 2,1 pontos percentuais, devido à sua indexação ao IGP (Índice Geral de
Preços)", diz o analista da consultoria, Paulo Gomes. Os contratos de concessão prevêem
que os reajustes de telefone e de
energia elétrica, por exemplo,
sejam baseados na variação do
IGP do ano anterior.
Entre janeiro e agosto, o IGP-DI já acumula alta de 9,53%. A
variação a ser registrada pelo
índice neste ano deve fazer com
que o conjunto de preços administrados tenha um reajuste
de 7% em 2005.
Nesse cenário, os juros terão
efeito reduzido sobre a inflação. Em tese, taxas mais elevadas servem para desaquecer a
economia, o que reduziria a
margem das empresas para
reajustar seus preços, pois o
consumo cai. Como as tarifas
são reajustadas por cláusulas
contratuais que independem
do ritmo de crescimento econômico, a ação do Banco Central acaba perdendo eficácia.
O custo disso seria um desaquecimento da economia, sem
que houvesse um efeito muito
positivo sobre a inflação. Para o
diretor-executivo da Fecomércio (Federação do Comércio do
Estado de São Paulo), Antônio
Carlos Borges, o efeito da alta
irá atingir a economia num
momento em que o crescimento não se consolidou.
Luiz Roberto Cunha, professor de PUC-RJ, afirma que para
o país poder crescer seria preciso estabelecer uma meta de inflação menos ambiciosa.
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